Solange Melendez (*)
Ganha força lado psicológico e sentimental do reconhecimento da paternidade. O clima de emoção e de balanço da vida pessoal, típico das festas de final de ano, faz crescer a procura pelos testes de paternidade por exames de DNA. De acordo com dados levantados pelo laboratório Genomic Engenharia Molecular, o número de exames de paternidade realizados em dezembro cresceu cerca de 23% em 2004 e 33% em 2003, na comparação com os demais meses do ano.
Manoel de Sá Benevides credita este crescimento a dois fatores: o 13º salário e o espírito natalino. “Muitos investem o seu 13º no pagamento do exame porque não podem arcar com esse custo ao longo do ano. Outros, convencidos pelo espírito natalino de união familiar e balanço da vida pessoal, fazem o exame para reencontrar parentes ou mesmo para tirar um peso da consciência”, explica.
Lembra que os exames de paternidade encontram-se hoje numa terceira fase. A primeira teve como objetivo a proteção da família matrimonial, diferenciando filhos legítimos dos filhos espúrios ou ilegítimos; a segunda voltou-se para a verdade biológica, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e os direitos constitucionais. Na fase atual, o que mais se mira é a parentalidade sócio-afetiva e o afeto como valor jurídico.
“Nós chamamos esse atual estágio de paternidade responsável. Os profissionais que atuam nesta área têm que levar muito a sério o lado psicológico e sentimental do reconhecimento da paternidade”, explica.
Muitos exames feitos neste período de final de ano servem também para reencontrar parentes desaparecidos. “É a época do ano onde as famílias querem se reunir e reencontrar parentes que há tempos não são vistos ou encontrados. O exame de DNA serve para criar ou estreitar estes laços, com a certeza do vínculo genético”.
(*) É da Comunicação Integrada.