Idéias sobre a “liberdade”
Frequentemente deparo com pessoas que pensam que “ser livre é levar uma vida desregrada e desenfreada, fazendo o que bem entender, sem se importar com os aborrecimentos que isso possa causar aos outros”.
Essa idéia é totalmente errada. Ser livre não é fugir das dificuldades, mas sim dominá-las, sem temor. Ser livre não é levar uma vida ociosa, desregrada ou descomedida. A “grande liberdade” (a verdadeira liberdade) não se choca com regras, leis e ordem. Um grande músico, pelo fato de estar em natural harmonia com as regras musicais, consegue executar livremente qualquer música. Mas um músico medíocre, por não estar em harmonia com as regras musicais, não tem essa liberdade. Este exemplo faz-nos compreender que a “grande liberdade” está na natural harmonia com as leis, regras e ordem, e que uma vida ociosa, desregrada ou desenfreada não traz a verdadeira liberdade. A liberdade está intrinsecamente ligada à “ordem” que triunfa sobre a “confusão”. A vida é livre por natureza. E onde surge a Vida, estabelece-se a ordem. Num mundo sem ordem não há Vida. A inexistência da Vida é a desordem. O mundo sem ordem, é caótico. O mundo caótico é um mundo em que ainda não foi realizada a obra de criação.
Quando surge vida no mundo caótico, estabelece-se imediatamente a ordem. Em qualquer lugar onde a Vida inicia sua obra de criação, inevitavelmente se estabelece a ordem. Vendo um amontoado de pedras, tijolos, telhas… não conseguimos reconhecer “Vida” neles. Isto porque esses materiais estão colocados ali, de qualquer jeito, sem nenhuma ordem, mas quando esses materiais são empilhados ordenadamente segundo um projeto de construção e passam a constituir um edifício majestoso, nós elogiamos sua beleza e dizemos que nele está expressa a Vida do arquiteto que o projetou. Os materiais em si não têm vida, mas na maneira como eles foram empilhados percebe-se a “ordem” inerente à Vida e é por isso que dizemos que essa construção tem vida.