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Mãe, ensina-me a viver

Eladir Albertini (*)

Mãe, você deu a luz, gerou um filho!

Fonte de vida, poder criador

Com alegria o segurou nos braços

Acolheu-o ao peito, num gesto de amor

…E se ajoelhou diante do seu berço

Com tanto orgulho, esperança e fé

Protegeu-o dos perigos do mundo

Beijou-lhe o rosto, as mãos, e até mesmo os pés…

Passo a passo foi lhe educando

Numa luta diária e desigual

Tentou lhe dizer como entoar um canto

Para discernir entre laços do bem e do mal

Mas temendo que as palavras o pudesse magoar

Dizia “sim” a todo momento

E vendo-o contente por tudo realizar

Alegrava-se também seus sentimentos

Mesmo que não concordasse

Com as suas atitudes e os seus deslizamentos

Pensou que um dia, o filho crescido

Seria motivo de brilho e satisfação

Hoje ao vê-lo enveredar pelos mundos imundos

Da violência, drogas e alucinações

O seu coração morre a cada segundo

Numa esfera de desilusões

Mas pergunta com voz embargada de tristeza

Por quê meu filho, se te dei toda riqueza?

De um mundo sem limites e

Sem peso da responsabilidade

Realizai com sacrifício todas as suas vontades

Esforcei-me para tudo lhe dar nas mãos

Carreguei seus pertences, arrumei sua desorganização

E sonhei… que ao crescer você aprenderia

A disciplina viria com a maturidade

O que foi que lhe faltou meu filho?

-Diga para sua mãe a verdade

-Que erros cometi, qual o por que de sua infelicidade?

Por amor você errou tantas vezes

Sem dizer “não” na hora certa e exata

Sofre hoje a conseqüência ingrata

De me ver perdido numa confusão de pensamento

E se quer me dar as mãos, nesse momento

Ensina-me meu lugar, as regras de convivência

Os valores, o respeito, as obrigações

A importância da família como um todo

A afetividade no desenvolver das relações

Os limites do mundo, me faça entender

A verdadeira auto-estima nascida entre dar e receber

De mim mesmo, aprender a cuidar

Dos perigos, me proteger e enfrentar

Sentir-me capaz para poder me amar

E o amor de meus pais, dentro de mim, carregar

Compreender a vida

Conviver com a angustia da frustração

A difícil interpretação “sim”e do “não”

Mãe, não deixes mais nessa terrível confusão

Ainda é tempo, ensina-me a viver

É o que eu agora preciso aprender

Para ser feliz e crescer!

(*) É pedagoga e aluna do curso Psicopegagogia

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