Artur Quaresma Filho (*)
A trágica morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel, reforçou a sensação de fragilidade das instituições do Estado de Direito, diante da escalada do crime organizado.
Episódios como este devem servir aos governantes para uma reflexão profunda. Junto com a manutenção da estabilidade econômica, o Estado precisa formular e executar políticas de combate à violência e de desenvolvimento econômico e social. Já se perdeu muito tempo e é necessário reverter imediatamente a situação.
De seu lado, a sociedade não vai ficar parada. O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) há anos promove a alfabetização de adultos nos canteiros-de-obra por meio do programa Construção da Cidadania. Mais recentemente, tem disseminado cuidados com a saúde e a segurança do trabalhador, nas Megasipats. Foi um dos apoiadores do Instituto São Paulo contra a Violência. E agora se prepara para o lançamento de novos projetos sociais.
Em conjunto com a Secretaria de Esportes do Estado, está em elaboração uma campanha para estimular as empresas do setor a construírem ou financiarem a edificação de quadras esportivas com o objetivo de afastar os jovens da violência. A Regional Centro-Leste do SindusCon-SP participa do Movimento Campinas Reage, de luta contra a criminalidade. E a Regional Norte está formatando um programa de incentivo à educação de crianças carentes, em Ribeirão Preto.
Entretanto, a maior contribuição que a construção civil brasileira pode dar é crescer e gerar no curto prazo mais de 1 milhão de empregos. Aí novamente a bola volta para o governo. Ou ele fica parado, só administrando a macroeconomia com mão de ferro em cima de juros elevados, ou muda radicalmente, estimulando investimentos produtivos e financiando decisivamente a construção, a moradia e o saneamento básico.
(*) É presidente do SindusCon-SP