Ataíde Alves (*)
A morte, ou melhor, a passagem ao Mundo Espiritual do grande médium brasileiro Francisco Cândido Xavier (o Chico Xavier), (1910-2002), com certeza, movimentou as Milícias Celestes para receber a potente entidade luminosa que da terra se desprendeu como para o céu. E não é difícil chegar a esta conclusão, quando se analisa a vida de um homem singular, como o Chico que dedicou todos os segundos de vida ao engrandecimento espiritual do seu semelhante. Na Literatura, foi responsável direto por mais de 400 obras, através dos diversos Espíritos, como Emanuel, André Luiz, Humberto de Campos e Bezerra de Menezes. Todas obras de alto teor de espiritualidade que, aliás, está faltando ao terrícola, principalmente na carne, que vive como se tudo terminasse no túmulo. E como diz o maior pregador de Evangelho-Apocalipse deste país José de Paiva Netto, “O grande equívoco da humanidade é viver como se após a morte, nada existisse”. Pedro Leopoldo, cidade onde Chico nasceu no dia 2 de abril de 1910, em Minas Gerais, bem podia passar a se chamar Francisco Cândido Xavier. E para encerrar, dedico ao Espírito Eterno do Chico Xavier, e a todos os leitores deste jornal, o Poema pelo Espírito de Olegário Mariano, psicografado pelo próprio Chico.
Desencarnação
..E desperto, extasiado, entre a praia e a montanha…
Por que mais claro o céu, por que mais verde o mar?
O mundo em derredor é um castelo a brilhar,
Entre ogivas de prata a lua se emaranha…
Cantam vagas na areia uma balada estranha
Guardo, alerta e feliz, o dom de reencontrar
O berço, a meninice, a voz do antigo lar,
A poesia do amor que me inspira e acompanha
Insone, torno ao quarto, e vejo-me disposto,
Rígido o corpo inerte, a palidez no rosto…
Será isto, Senhor, o pesar de morrer?!…
Vida, que me trouxeste à morte malsofrida
Morte, que instituis meu coração à vida,
Quero partir, mudar, renovar, esquecer!…
(*) É Jornalista – E-mail: ataidea@ig.com.br