Marilene Volpatti
Sem a lealdade a amizade não sobrevive. Mais do que o amor e o prazer, ela é mola mestra da união de duas pessoas.
Depois de algum tempo de namoro, Célia chegou a conclusão que o rapaz não queria nada sério. Fez uma longa viagem para colocar fim aquele relacionamento. A volta foi toda chorosa já que ela continuava apaixonada. Não deu outra. No meio do caminho pegou no telefone e ligou para Nice, que era sua melhor amiga, a fim de desabafar.
Após algumas horas de viagem chegando em casa, observou que as luzes estavam acesas e que havia dois carros parados em frente. Abriu a porta da sala e deu de cara com Nice e mais duas outras velhas amigas.
Trouxeram refrigerante, pipoca, vinho, queijo, fita de vídeo para ficar o tempo que fosse necessário até a recuperação de Célia.
Esse quadro descrito é mais do que amizade. Tem tudo a ver com lealdade, um fator que permite que uma amizade transcenda a distância, os valores ou estilo de vida diferentes.
Tem casos de pessoas que a amizade é tão antiga que não existe mais muitas afinidades. Mas, em compensação, tem laços fortes e eles são de uma lealdade a toda prova. E é isso que mantém as pessoas unidas.
Ter amizade como a Célia tem, é ter a certeza que contará com ela pelo resto da vida, nas situações mais diversas possíveis e imagináveis como por exemplo: perder um ente-querido e receber o apoio dos amigos; perder o emprego e lá estão eles; se aposentar, casar ou separar, sempre estarão ao lado do amigo.
Principalmente nos tempos que estamos vivendo, onde as pessoas estão vivendo cada vez mais sozinhas, sem o círculo familiar a proteger, sem dúvida que, quem tem amigos tem tudo.
Lealdade ou simplesmente conveniência?
Existirá um limite para a tal de lealdade? A amizade de Fátima e Eliane mostra que existe barreira sim. Fátima via em Eliane a protetora, aquela que tudo fazia para que ela voltasse a sorrir. Procurava a amiga a qualquer hora, mesmo sabendo que ela tinha seus problemas: sua família, seu trabalho. Mas isso não lhe interessava. Eliane tinha que ouvi-la e ajudar a resolver, ou pelo menos, entender seus problemas. Durante muitos anos Eliane foi amiga fiel e protetora. Atendia a seus telefonemas nas horas mais inconvenientes e apoiava-a em todas as suas crises. Até o momento em que ela, Eliane, precisou de um ombro amigo pela perda de um ente querido muito próximo. E cadê a Fátima? Simplesmente, fugiu da raia. Foi nesse episódio que percebeu o quanto sua lealdade foi prejudicada.
Evidentemente que a amizade arrefeceu, já não se falam mais como antes. Não existe mais a tal de lealdade.
Traição de amigos
Verdade tem que ser dita, dói mais quando vem de um amigo do que quando vem de uma outra pessoa qualquer. Os efeitos são devastadores. Mesmo pequenas traições, como fofocas feitas por pessoas que julgávamos de absoluta confiança, parecem doer mais quando vêm de mulheres.
É o caso de Meire e Rose, que se conheceram através do namorado da primeira. As duas se tornaram amigas íntimas. Partilhavam, praticamente, tudo de suas vidas. Até que Meire precisou fazer uma viagem de negócios deixando o namorado, cujo relacionamento não andava bem das pernas. “Talvez um tempo separados vai ser bom para nós”, pensou.
Alguns dias após sua partida, Meire começou a estranhar o comportamento da amiga. Nos telefonemas que fazia a ela todos os dias, notava certa tensão na voz e um cuidado especial para falar do Namorado de Meire. Certa noite, perdeu o sono e decidiu ligar para Osvaldo. Bastou tocar o telefone uma vez e quem atendeu foi Rose. Um tanto quanto desnorteada, achou que havia ligado errado. Mas parou para pensar e, aos poucos, foi juntando as peças do quebra-cabeça. Assim que ela viajou, Rose e Osvaldo começaram um caso.
“Fiquei totalmente desnorteada”, lembra. “E muito mais magoada com Rose do que com Osvaldo. De uma maneira ou de outra, a mulher assimila a traição de um homem. Mas de uma amiga? Da melhor amiga? É como se ela tivesse quebrado uma regra não escrita sobre lealdade. Não dá para pensar”.
Amigos não foram feitos para dificultar nossas vidas mas, sim, para nos ajudar a enfrentar momentos difíceis. Seja em relacionamento com o sexo oposto, com a saúde ou mesmo com o trabalho. Experiências vividas, como a do tipo de Meire, reforçam os sentimentos sobre a importância da lealdade. O indivíduo passa a ser, ainda, mais dedicado. Mais confiável, honesto e leal. Porque, afinal: A LEALDADE É O MAIOR PRESENTE QUE PODEMOS DAR A ALGUÉM.
Serviço:
Consultoria: Drª Tereza P. Mendes – Psicoterapeuta Corporal – Fone:- 236-9225.