Juventude mostra protagonismo na luta contra o racismo

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Reportagem: Luigi Polezze

Ao final do ano de 2021, foi realizada uma campanha publicitária a respeito da luta contra o racismo em Araraquara, realizada pela agência experimental Pupila Marketing Criativo. O grupo responsável pelo trabalho era formado pelos estudantes: Maria Eduarda Lázaro de Freitas, Edson Evandro Fernandes de Almeida, Laura da Costa Silvério e Mariana Sundermann Martinelli. O JA entrou em contato com Maria Eduarda Lázaro de Freitas para mais detalhes da campanha.

A campanha nasceu de uma necessidade acadêmica. Os alunos que estão fazendo o quarto ano do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade de Araraquara (Uniara), precisavam encontrar um cliente e realizar uma campanha para ele. O cliente, no caso, foi o Centro de Referência Afro “Mestre Jorge” e, assim, nasceu a inspiração para a campanha de hoje: “Racismo, um câncer moral”.

Maria Eduarda já teve experiência pessoal com racismo na cidade. Conta que, por ter mãe negra e pai branco, seu tom de pele é mais claro, fazendo com que pessoas já questionassem como ela poderia ter mãe tão negra. Reconhece como o racismo é intenso na cidade.

Mas, apesar das experiências negativas, também se sente feliz como sua campanha foi bem aceita pelo público. O que surpreendeu Maria, pois ela esperava que o outdoor que seu grupo fez fosse alvo de depredação ou pichação.

E, mesmo com a recepção positiva da campanha, os estudantes sabem como a luta contra o racismo é um processo lento. Há muitas pessoas pensando que o discurso não passa de uma reação exagerada e que não existe um problema tão grave. Entretanto, as coisas não são tão simples. O racismo pode ser expresso tanto através de um simples olhar debochado, quanto por atitudes mais violentas. E, no fundo, somos todos frutos de uma sociedade secularmente racista. Mudar requer atenção, aprendizagem e sensibilidade.

Sobre o futuro, Maria diz que não tem planos para um outro projeto no momento, mas se surgir uma oportunidade, aproveitaria. Nos conta: “Foi muito gostoso de fazer, não vou negar, foi muito dolorido também. Porque você ouvir outras pessoas falando das suas dores, foi muito difícil, muito emocionante.”

Aguardamos ansiosamente por mais pessoas engajadas para que a sociedade seja verdadeiramente igualitária.

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