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Impactos da possível nova tarifa dos EUA na economia de Araraquara

Luigi Polezze

A economia de Araraquara e região pode enfrentar uma crise caso a nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros entre em vigor em 1º de agosto de 2025. Em entrevista ao Jornal de Araraquara José Janone Junior, presidente da Associação Comercial e Industrial de Araraquara (ACIA), nos alerta.

Segundo Janone, ainda estão sendo avaliados os possíveis desdobramentos, mas o cenário é preocupante. “Com toda certeza Araraquara e região sofrerão os impactos dessa imposição, e infelizmente o impacto será muito negativo caso essas novas tarifas sejam efetivadas”, afirmou.

Exportações em números

De acordo com dados do CIESP, as exportações das empresas da região somaram R$ 14,75 bilhões em 2024, sendo que 37,3% desse volume teve como destino os Estados Unidos. Entre os principais produtos exportados estão aeronaves e aparelhos espaciais (34%), produtos hortícolas (26,6%) e açúcares e produtos de confeitaria (18,1%).

“Se não houver um entendimento entre os governos, veremos um cenário preocupante: cancelamento de pedidos, perda de competitividade no mercado norte-americano e, como consequência, demissões, fechamento de empresas exportadoras e queda na arrecadação de impostos”, destacou o presidente.

Mobilização e negociações

Representantes de empresas de grande porte já iniciaram reuniões com autoridades do governo do Estado de São Paulo e do governo norte-americano para tentar acordos de excepcionalidade. O presidente da ACIA também ressaltou a importância da ação do governo federal:
“Esperamos que as autoridades brasileiras abram um diálogo e façam o máximo empenho para chegar a um acordo com o governo norte-americano”, disse.

Impactos no comércio local

Caso a tarifa seja mantida, o setor de comércio e serviços da região também será atingido. “Haverá perda de circulação de dinheiro na economia, o que afetará todos os setores. O impacto será péssimo para todos os brasileiros”, concluiu o presidente da ACIA.

A reportagem do JA também buscou respostas junto a Prefeitura, Lupo e Cutrale. Infelizmente não obtivemos respostas ou nos foi informado como eles não realizam análises ou divulgações do cenário econômico.

Análise do Sincomercio

O Sincomercio também divulgou sua análise nesta sexta-feira, comentando como os EUA são o principal destino das exportações do município. Segundo o Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara, apenas no primeiro semestre de 2025, as exportações locais para os norte-americanos somaram mais de US$ 210 milhões, representando 41% de tudo o que a cidade vende ao exterior. Com essa mudança, o comércio exterior pode ser drasticamente afetado, exigindo a busca por novos mercados, o que demanda tempo e adaptação a exigências técnicas e logísticas.

Além do prejuízo imediato nas exportações, a medida pode aumentar os custos de produção local caso o Brasil reaja com tarifas sobre produtos norte-americanos — os EUA ocupam a sexta posição entre os países de onde Araraquara mais importa insumos.

Também há riscos no mercado financeiro, com possíveis quedas no valor de ações de empresas locais que dependem do comércio com os EUA.

Em meio a uma inflação superior a 5% e desafios já enfrentados pelos setores produtivos, o tarifaço pode pressionar ainda mais os preços e ameaçar a produtividade e a empregabilidade na região.

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