Igreja avança em relação à nova aliança

Com o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a Igreja Católica abriu suas portas aos recasados e está permitindo aos católicos divorciados quase todos os ministérios dentro de uma estrutura formal e transformou a segunda união em um dos temas prioritários da Pastoral da Família e Vida. Além disso, também aprovou a criação de Pastorais de Descasados em 150 das 280 dioceses do País.

Para muitos, essa seria uma revolução cada vez menos silenciosa da Igreja Católica, atenta à sangria de fiéis para denominações evangélicas e a mudança do perfil dos casamentos no Brasil – onde as pessoas se casam cada vez menos e a maioria termina se separando.

Estima-se que existam mais de 5 milhões de brasileiros desquitados e divorciados que vivem com suas novas famílias dentro de lares “reconstruídos”. Outro dado é de que a união consensual é a opção de 33% dos casais.

Para o padre Luiz Carlos Gonçalves, vigário da Paróquia de Santo Antônio, a Igreja estaria respondendo às necessidades do seu tempo e buscando soluções para continuar a serviço de “todos” os homens. “Casais separados continuam, na prática, não podendo casar de novo e nem receber os outros sacramentos, como penitência, confissão e comunhão. Também não podem exercer funções de diáconos ou ministros de eucaristia”, comenta.

Luiz Carlos afirma que, em outras regiões do País, conhece casos de recasados que participam ativamente de pastorais. “São pessoas que não participam na comunhão, mas estão na comunhão em nível de projeto de Jesus Cristo. Eu, particularmente, fico muito angustiado quando vejo casais de segunda união que gostariam de exercer funções às quais não são permitidos. Acho que a deveríamos ter mais liberdade de decisão a partir da proximidade com as pessoas”, frisa.

Mesmo assim, ele ressalta que obedece a opinião oficial da Igreja. “Fazer o casamento novamente não é permitido. Isso somente é possível quando a primeira união foi anulada”.

O padre José Roberto Agostinho, assessor diocesano e sub-regional Campinas da Pastoral Familiar, diz que existem muitos casos em que é possível a nulidade sacramental. “Por enquanto, é apenas assim que podem casar de novo e receber outros sacramentos”.

Como ainda não dá para subir no altar pela segunda vez sem a anulação, o Tribunal Eclesiástico do Matrimônio, única corte capaz de tornar sem efeito esse sacramento, está recebendo cada vez mais processos de pessoas que se casam de forma imatura e impensada.

Ancorados no vastíssimo conceito de “vícios de consentimento matrimonial”, os tribunais eclesiásticos têm tornado nulos centenas de casamentos por ano.

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