Papel, plástico, latinhas de alumínio, rádio quebrado. Para muitos, todos esses itens não passam de lixo. Bugigangas sem valor que devem ser colocadas dentro de lixeiras.
Porém, para a bióloga Andréia Regina da Silva Leandro, formada pela Uniara e mestranda na mesma instituição, o lixo é muito mais do que um amontoado de coisas desnecessárias. É objeto de estudos e foi seu sustento e de sua família desde quanto tinha 12 anos.
Andréia Leandro acaba de participar de I Congresso Latino-Americano de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis com o tema “Não há fronteira para os que lutam”, que aconteceu dentre os dias 20 a 24 de janeiro na cidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Segundo Andréia, o congresso contou com cerca de 800 pessoas de países como o Brasil, Uruguai e Argentina.
Para a bióloga, o congresso foi uma forma de protesto. “Foi um modo de mostrarmos para o mundo que existimos. Debatemos sobre a ALÇA, economia mundial e terceirização de resíduos”, conta. Além de participar do congresso, Andréia aproveitou para fazer parte da marcha que marcou o III Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre.
A bióloga revelou que, durante o congresso, foi abordada a importância dos catadores de lixo como agentes ambientais. Os catadores possuem papel fundamental na conscientização da população e no encaminhamento de materiais para a reciclagem que servirão de matéria-prima para a confecção de novos materiais ou objetos. Além disso, são responsáveis pela limpeza da cidade. A ida ao congresso foi, para Andréia, uma grande troca de experiências. “Fiz muitos contatos, amizades e parcerias. Tive novas experiências quanto aos resíduos e sobre coleta seletiva”, diz a bióloga, acreditando que esses subsídios são importantes para a implantação de cooperativas e até mesmo de um projeto audacioso de gestão de resíduos na cidade. “Para isso, só falta conseguir parceiros no município”, termina (Daniela Silotto)