Ao entrarmos na década de setenta, recebi um convite interessante do inesquecível Jornalista Roberto Barbieri, Diretor do Jornal "O Diário". Ele me mostrou uma vinheta onde estava escrito "Estórias do Guaracy" e me disse que gostaria que eu escrevesse aos domingos um artigo para ser publicado em seu jornal. Fiquei até assustado com o convite e falei "êêêêêuuu?"
Ele me explicou que, poucos meses antes, me havia ouvido falar na Rádio Cultura sobre o "Dia Mundial da Saúde", ocasião em que contei dois ou três causos e ele achou que aquele tipo de causos iria agradar aos leitores do jornal dele.
Realmente, na segunda-feira dia 7 de abril de 1969, meu amigo jornalista Nildson Leite Amaral me convidou para falar em seu programa "Parada de Notícias" da Rádio Cultura. Fui lá e o assunto foi "Dia Mundial da Saúde", que exatamente hoje também estamos comemorando.
Minha fala na rádio serviu de ponte para que começasse a aventurar nas escritas jornalísticas, do que me resultou ter publicado um monte de crônicas domingueiras sob a vinheta que continha o título genérico "Estórias do Guaracy".
Meses depois, recebi um recado do Roberto Barbieri para ir saborear uma pratada de macarrão com ele, feito por ele. Já de barriga cheia, ele fez um rápido mas profundo discurso e me entregou um documento assinado por ele, uma espécie de CARTEIRA DE JORNALISTA, que guardo até hoje com muito orgulho.
Como se define o que vem a ser um JORNALISTA? Eis o que diz o grande dicionarista Antonio Houaiss: "Jornalista é a pessoa que trabalha como redator, repórter, colunista ou diretor em órgão da imprensa ou programa jornalístico no rádio ou na televisão."
Em todos os bairros da cidade, fiquei atualmente conhecido como colunista ou cronista do "Jornal de Araraquara", onde tenho escrito desde as primeiras edições, atendendo um convite do amigo Geraldo Polezze. Assim reconhecido pelo público e mediante a carteirinha que me foi dada pelo finado Jornalista Roberto Barbieri, passei a sentir-me um jornalista.
Ocorre que, na atividade de apenas cronista, sem entrar em reportagens, notícias ou bisbilhotices da vida alheia, penso que não estou incomodando ninguém, enquanto, por outro lado, posso comemorar a data de hoje como meu dia – DIA DO JORNALISTA…
E, nesta oportunidade, agradeço àqueles que fizeram de mim um jornalista improvisado: Nildson Leite Amaral, Roberto Barbieri, Geraldo Polezze e os amigos do jornal O Imparcial, onde muitos dos meus escritos já foram publicados dezenas e dezenas de vezes. Com eles, me confraternizo alegremente neste domingo 7 de abril de 2002.
A propósito do DIA MUNDIAL DA SAÚDE, devo dizer que esse dia, ocorrendo também hoje, foi criado com o objetivo de centralizar as campanhas de cultivo à saúde do povo. Existe, no universo da prevenção da saúde, uma agência especializada da ONU, chamada Organização Mundial da Saúde, cuja sede administrativa está localizada na bela cidade de Genebra, na Suiça.
A palavra SAÚDE tem a mesma origem do verbos saudar e salvar e a melhor definição de SAÚDE foi dada justamente pela Organização Mundial da Saúde: "Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de doença ou enfermidade."
Em nossas bandas das três Américas, temos uma porção de doenças próprias do Novo Mundo, principalmente as causadas por mosquitos transmissores, motivo pelo qual, em 1902, foi fundada a OPAS, que é a Organização Pan-Americana de Saúde.
Pois 1902 foi justamente o ano em que o Grande Médico Oswaldo Cruz foi convidado pelo Presidente Rodrigues Alves para ser o Diretor da maior instituição de pesquisa de moléstias epidêmicas do Brasil, o Instituto Manguinhos, do Rio de Janeiro, que passou a ser chamado justamente Instituto Oswaldo Cruz.
Tendo decorrido 100 anos, o Poder Público local mandou erigir aqui em Araraquara um monumento em homenagem a Oswaldo Cruz, numa praça localizada ao final da Avenida que leva seu nome, no Jardim Primor, a qual foi inaugurada em ato cívico anteontem, com a presença de uma neta do grande sanitarista. O nome dela é Dra. Isar Hasselmann Oswaldo Cruz.
Na foto ao lado, está a Dra. Isar e o Dr. Eduardo Oswaldo Cruz, dois netos do grande cientista da Medicina, Oswaldo Cruz. Os dois são Médicos e foram meus colegas de turma na Faculdade Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro, em 1959.
Estou contente hoje, com tantos motivos para comemorar.
