Luigi Polezze
Em 16 de Agosto de 1998, a Folha de São Paulo publicou a reportagem de Cibele Barbosa a respeito do êxodo comercial em frente da estação ferroviária (hoje, museu dos Ferroviários). Comércios descentralizaram, movendo-se para outros locais da cidade.
O falecido historiador Rodolpho Telarolli foi entrevistado e, então, lamentava o estado da estação ferroviária e prédios históricos da cidade na vizinhança. “Uma iniciativa de preservar memória arquitetônica ao longo dos anos teria guardado um pouco a história de Araraquara”, disse o historiador.
Na época (áurea) do Hotel São Bento, só havia ele e o Hotel Municipal (hoje, tombado, conservando suas características). Artistas, políticos, empresários, visitantes em geral que vinham para Araraquara se hospedavam no Hotel Municipal e Hotel São Bento.
Hoje, o retrato do local é bem diverso de outrora. A ferrovia e os prédios no entorno nunca receberam a preservação desejada. Enquanto o Hotel Municipal foi tombado e foi devidamente cuidado, o hotel São Bento se encontra em uma situação de verdadeiro abandono: há anos sem manutenção em seu exterior, que se deteriora a olhos vistos.
Quando olhamos Araraquara, infelizmente, observamos sua história se desfazendo diante de nossa vista. É nossa identidade que se deteriora juntamente com os velhos prédios.
Prédios, como o próprio hotel São Bento, deveriam ser preservados e reaproveitados, como ocorre com o Hotel Municipal. Mas isso não acontece. Ocorrerá um dia? Pouco provável. Infelizmente.