Márcia Regina Marques Fiscarelli(*)
Monografia apresentada à Faculdade de Ciências Farmacêuticas -UNESP para a obtenção do título de Especialista em Saúde Pública, sob a orientação da Profª Dra Maria Jacira Silva Simões.
Estudo realizado na cidade de Boa Esperança do Sul, com mulheres atendidas na Santa Casa de Misericórdia São Vicente de Paula, num total de 85 gestantes, durante o período de janeiro a agosto de 2003 com prévia autorização das gestantes para obtenção e posterior divulgação dos dados.
O Objetivo da pesquisa foi mostrar a associação positiva do tabagismo, durante a gestação, como ter filhos com menor estatura e peso, ao nascer, quando comparado com as gestantes não-fumantes.
Como resultados tivemos 32% de gestantes fumantes e destas, 48% fumavam de 20 a 30 cig/dia.. Para as gestantes fumantes tivemos o dobro de recém-nascidos com baixo peso, (inferior a 2500 Kg) em relação aos de não fumantes. A estatura dos filhos de mães fumantes foi maior que os de não fumantes.
A maioria das gestantes fumantes (78%) tinha uma baixa escolaridade (1º grau incompleto) e renda média mensal menor que 2 sal/ mínimos (75%).
Quanto ao tipo de parto, duração da gestação e problemas durante a gravidez e parto não encontramos associação com o tabagismo na população estudada. Dados esses que foram diferentes de outros estudos realizados na região, em períodos anteriores, que mostraram associação positiva do hábito de fumar durante a gravidez com as variáveis descritas.
Finalmente, concluímos que apesar dos diversos estudos já realizados internacionalmente mostrando os malefícios do tabagismo, para a mulher, principalmente durante a gravidez, tanto para a gestante como para o concepto (filho), isto não tem sido suficiente para sensibilizar as fumantes a abandonarem o tabagismo durante a gestação. Inclusive todas as mulheres do nosso estudo já fumavam antes da gravidez e, nesse período, não conseguiram parar de fumar.