Raphael Fernandez (*)
Deu na Globo, na manhã de sexta-feira: num acerto com a bancada do PT da Câmara Municipal de São Paulo, a vereadora Havanir (eleita para deputado estadual, junto com o federal Dr. Enéas: ambos com votação histórica) foi comunicada sobre o encerramento de processo investigatório envolvendo suposta ilicitude na venda de candidatura pelo Prona. Com o voto do PT, a maioria do Plenário optou pelo encerramento da comissão de investigação com o parecer de que tudo foi legal e moral.
Afora essa mancada dos vereadores paulistanos, o noticiário reservava outra imagem constrangedora. Havanir, ao ser diplomada pela Justiça Eleitoral, foi estrondosamente vaiada. A câmera fechou em seu rostinho lindo e mostrou os lábios delineados agradecendo, com o levantamento do polegar. A inteligente senhora aproveitou os ruídos para agradecer a votação gigantesca. Bela demonstração artística…
Com isso, como é acaciano, a inteligência dos telespectadores foi torpedeada, violentada: como aproveitar uma vaia, com elevados decibéis, para agradecer? Seria muito cara de pau ou apenas fragmento de uma extraordinária comunicadora que aproveitou o cavalo arreiado?
Pouco importa a resposta, resta o procedimento do Ministério Público que poderá, com a festejada confiabilidade, determinar se a ação de Havanir (cobrar determinada quantia dos candidatos) foi criminosa.
(*) É analista político do JA.
