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Governo se desgasta

Na sessão de terça-feira (11) da Câmara Municipal, foi protocolado, de última hora, o Projeto de Lei 08/2025, que propõe a redução de aproximadamente R$ 400 na gratificação de oito funcionários do DAAE.

A inclusão repentina da proposta ocorreu justamente na ausência do vereador Marcão da Saúde (MDB), que está internado. A medida contraria o compromisso firmado na última sessão, na qual foi acordado que esse projeto sequer deveria ser colocado em discussão.

Essa quebra de confiança evidencia a crescente instabilidade do governo, tanto dentro de sua base quanto em sua credibilidade perante a Câmara e a população.

A incerteza agora recai sobre como a administração lidará com futuros projetos e se conseguirá evitar um atrito ainda maior entre seus próprios aliados e a oposição.

O Jornal de Araraquara buscou o depoimento de vereadores da Câmara, Fabi Virgílio pôde nos dar mais informações sobre o que acontece dentro da casa de leis. Vereadores da base foram procurados (Michel Kary, Rafael De Angeli e Emanoel Sponton), mas nenhum teve disponibilidade para dar depoimentos.

Segue depoimento da vereadora:

Vereadora Fabi Virgílio

“O que aconteceu na Câmara foi um processo de rompimento e perda de confiança. Quando um líder de governo assume um compromisso com a oposição de que não colocaria um projeto para votação e, na sessão seguinte, aproveita a ausência de um vereador para pautá-lo, isso demonstra uma deslealdade enorme.

O próprio presidente da Câmara, Rafael de Angeli, havia se comprometido conosco a não revogar o cargo de diretor de comunicação, pois entendemos que cargos assim devem permanecer para garantir a transição entre diferentes gestões. No entanto, na sessão de ontem, ele colocou o projeto para votação mesmo sabendo que estávamos em minoria. Foi um verdadeiro “tratoraço”, um movimento que revela a falta de compromisso e de palavra.

E quando se perde a confiança na política, perde-se muita coisa. A política é muito dinâmica, não apenas gira, ela capota. Hoje você pode estar enfrentando um grande opositor, e amanhã esses mesmos partidos podem estar dialogando para formar alianças. Mas quando há deslealdade, isso enfraquece qualquer possibilidade de diálogo futuro.

Isso impacta diretamente a governabilidade da cidade. A base governista, que já enfrenta dificuldades para se organizar, agora demonstra ainda mais instabilidade. Ontem, por exemplo, o próprio presidente da Câmara chamou dois vereadores como líderes de governo – um declarado e outro não. Como pode um governo ter dois líderes ao mesmo tempo? Isso compromete a governabilidade, pois um líder precisa saber defender os projetos e dar sustentação política. Sem isso, a cidade perde.

O que podemos esperar é desarmonia, desequilíbrio e falta de diálogo. O Legislativo tem a função de fiscalizar o Executivo, mas para isso precisa de uma base confiável. Ontem foi um ponto de ruptura, um momento em que ficou claro que não podemos mais confiar em determinadas lideranças.

Nós, da oposição, seguimos com experiência, compromisso e responsabilidade para evitar retrocessos em Araraquara. Queremos avanços, queremos trabalho, mas para isso precisamos voltar a acreditar nas pessoas que representam este governo. E ontem foi um grande passo para a quebra dessa confiança”.

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