Geraldo Polezze (*)
O presidente FHC, que tenta multiplicar as últimas horas de seu segundo governo, afirma que o programa do Lula “Fome Zero” é um retrocesso, “não tem sentido voltar a uma concepção assistencialista desnecessária no grau de aperfeiçoamentos sociais já existentes no Brasil”.
O Prof. Peter Towsend, da London School of Economics, critica a distribuição de cupom aos pobres para ser trocado por comida e defendeu o benefício em dinheiro. “Não acredito que os ricos, se tivessem tempos difíceis, gostariam de receber comida”, diz o especialista em medição da pobreza.
Os dois estão absolutamente certos e o Lula também. Por mais que o brasileiro esteja cansado de pagar muito para viver – impostos diretos e indiretos intermináveis, entregando pelo menos três meses de um ano trabalhado – não precisaria testemunhar tantos milhares de miseráveis, os que a estatística registra como “abaixo da linha de pobreza”. Se eles existem – e podem ser comprovados pelas ruas – Lula está certo em matar a fome para, ao depois, fazer o que o presidente-sociólogo preconiza.
Mas, como existe tanta gente passando fome o internacional FHC teria direito ao mea-culpa, porque falhou no comando fraternal. Seria melhor que tentar pulverizar a proposta do sucessor.
Machadinho
O professor luso-brasileiro, sempre exigente no culto à língua, mostrou seu conhecimento ao tempo do Colégio São Bento e IESBA. Antes, foi professor de química no IEBA- Instituto de Educação Bento de Abreu. Fundador, também, da Fefiara que deságua na festejada Uniara, cuja reitoria é enriquecida pela determinação e lastro cultural do Prof. Luiz Felipe Cabral Mauro. Como aluno pudemos usufruir de seu conhecimento e do de sua filha, a saudosa Alexandrina. O Prof. Machadinho era exigente, mas, extraordinariamente amigo e sensível. Aos 87 anos deixa o nosso mundo após ter escrito páginas admiráveis com os seus companheiros Walter Medeiros Mauro, Jurandir Gonçalves Ferreira e Ergília Micelli. Obrigado pela sua luta, professor!
(*) É jornalista-editor.