Feijão com arroz

Antonio Delfim Netto (*)

Creio que teremos um 2003 bem mais próspero nas regiões do país produtoras de grãos. As estimativas da CONAB apontam para uma produção de 112,4 milhões de toneladas que já estão em fase de colheita no centro sul e com uma importante expansão na fronteira agrícola ao norte. Finalmente, estamos rompendo a encantada barreira dos 100 milhões de toneladas, depois de tantos anos de expectativas frustradas. Não vamos negar os méritos ao governo passado, nem deixar de reconhecer os esforços de Francisco Turra e Pratini de Morais, os dois ministros da Agricultura que dobraram as resistências da área econômica e relançaram o crédito à produção.

O crescimento de 16% da safra 2002/2003 em relação à quantidade produzida na safra anterior é resultado da expansão de 5% da área de plantio e de um substancial aumento da produtividade. Há muitos anos não crescia a área plantada. Embora ainda seja uma expansão modesta, ela é significativa porque demonstra a retomada de ânimo dos produtores, especialmente daqueles pioneiros que ocupam as terras distantes na fronteira agrícola. A continuidade dos ganhos de produtividade por sua vez mostra como tem sido fundamental a restauração dos instrumentos de crédito de custeio, no momento adequado e a manutenção dos financiamentos de máquinas e implementos agrícolas. Para que esses esforços não se percam, o novo governo não pode retardar a alocação dos recursos para programas de investimento como o Moderfrota através do BNDES.

Temos condições favoráveis para o desenvolvimento da agricultura neste e nos próximos anos. Este ano o Ministério da Agricultura terá que prestar uma atenção especial aos produtos da cesta básica, com vistas a garantir um aumento de oferta capaz não só de atender o abastecimento normal do mercado mas também de suprir eventual crescimento da demanda por conta dos programas de combate à fome. Na atual safra, os aumentos mais significativos de área plantada e de volume de produção foram de soja, trigo e milho. Esses três produtos respondem por 94% do aumento global da produção. Os demais cresceram muito pouco, principalmente arroz e feijão. O abastecimento se tornou problemático porque iniciamos a safra desses dois produtos com os menores estoques dos últimos anos.

O governo deve estimular rapidamente o aumento a produção de arroz e feijão para reduzir as importações que certamente teremos que fazer para garantir o normal abastecimento do mercado doméstico.

(*)E-mail: dep.delfimnetto@camara.gov.br

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