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Exportações da China ao Brasil crescem 79%

Cláudia Trevisan

Depois de ver suas exportações para a China darem um salto de 80% em 2003, o Brasil inverteu os papéis com o país asiático e está comprando produtos “Made in China” como nunca.

Entre janeiro e agosto deste ano, as importações de mercadorias chinesas aumentaram 79,4%, a maior alta entre os principais parceiros comerciais do Brasil, se forem excluídos os países produtores de petróleo.

No mesmo período, as exportações brasileiras para a China subiram 31,8%, menos que a média de 34,8% de expansão das vendas ao exterior. O salto de 79,4% nas importações ficou bem acima do crescimento médio de 29,7% das compras internacionais do Brasil.

A mudança na balança comercial bilateral deverá reduzir o saldo comercial brasileiro com a China, que em 2003 atingiu US$ 2,4 bilhões –as exportações somaram US$ 4,5 bilhões e as importações, US$ 2,1 bilhões.

Nos primeiros oito meses de 2004, as exportações para a China atingiram US$ 3,9 bilhões, enquanto as importações ficaram em US$ 2,2 bilhões. O resultado foi um saldo de US$ 1,7 bilhão, valor inferior ao das importações.

O US$ 1,7 bilhão é semelhante ao saldo comercial favorável ao Brasil registrado nos primeiros oito meses de 2003. A diferença é que, há um ano, as exportações brasileiras para a China estavam crescendo a 130%, enquanto o aumento nas importações do país asiático arranhava os 30%.

A análise dos produtos que cada país vende ao outro reforça a divisão que o novo embaixador brasileiro em Pequim, Luiz Augusto de Castro Neves, chamou de “Norte-Sul”. A China principalmente exporta para o Brasil produtos industrializados, e o Brasil vende para a China matérias-primas e bens agrícolas.

O maior crescimento individual de importações brasileiras da China, de 155,6%, foi registrado no item de circuitos integrados para a indústria eletrônica, cujas compras somaram US$ 94,5 milhões entre janeiro e agosto. Em seguida, aparecem partes de máquinas automáticas para processamento de dados (117%).

A exceção aos produtos industrializados fica por conta do principal produto das vendas chinesas, o coque, que é um derivado do carvão vegetal. A matéria-prima vem ao Brasil nos navios que levam minério de ferro para a China. Nos primeiros oito meses de 2004, a importação de coque e outros derivados de carvão atingiu US$ 224,4 milhões, com alta de 85,4% em relação a igual período do ano passado.

Soja

Em entrevista à Folha publicada no dia 24 de outubro, Castro Neves observou que a maior parte dos produtos industriais importados pelo Brasil da China não são acabados. O embaixador ressaltou que eles são insumos para a montagem de bens de consumo finais no Brasil e sua importação é um sinal de que a economia nacional está em expansão.

Do lado das exportações para a China, a soja continuou a ocupar o primeiro lugar, com US$ 1,4 bilhão e aumento de 27,1% nas vendas em relação a 2003. O óleo de soja em bruto teve o maior aumento entre as exportações brasileiras e passou de US$ 112,3 milhões para US$ 371,0 milhões, um salto de 230,5%.

O minério de ferro manteve o segundo lugar no ranking de produtos vendidos à China, com US$ 686,5 milhões, alta de 52,6%.

Em contrapartida, bens siderúrgicos industrializados ou semi-industrializados tiveram performance pífia. Depois de crescer 384% em 2003, as vendas de laminados de ferro ou aço tiveram alta de apenas 3,75% entre janeiro e agosto, para US$ 199,3 milhões. Os produtos semi-manufaturados de ferro ou aço sofreram ainda mais e registraram vendas de US$ 177 milhões, 28% a menos que em igual período de 2003.

Ações do governo chinês para conter o acelerado crescimento do país podem reduzir ainda mais as importações do país.

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