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Estão grampeando até gatos

João Baptista Galhardo

Foi descoberto e a imprensa noticiou que os gatos-do-mato-pequeno (leopardus tigrinus) e os gatos-do-mato-grande (leopardus geoffroyl) fazem, há muito tempo, "troca de casais". O famoso swing. E dessa mistura genética nasceram filhotes híbridos (anômalos, anormais, mestiços), avacalhando com o DNA de cada raça.

Essa descoberta só foi possível, por certo, com a ajuda de câmera escondida ou grampo para invasão da privacidade dos felinos.

O ambiente dos animais foi sempre alvo da xeretice e da brutalidade do homem. Inclusive sacrificantes experiências científicas.

Durante a transmissão das Olimpíadas apareceu um restaurante que servia sopa de tartaruga, colocada viva na água para ferver.

Olimpíada, aliás, chata. Não acredito que alguém tenha assistido duas competições inteiras. Correu mais o controle remoto do que os atletas.

As comidas exóticas foram mostradas com evidência e pormenores.

Se Adão e Eva fossem daquelas bandas o mundo teria outro começo. Primeiro, eles comeriam a cobra e não a maçã. Segundo, se descobrissem que estavam nus a sem-vergonheira não passaria de um só filho. Eles não permitem dois. E assim não haveria o primeiro homicídio da história da humanidade. Um paraíso sem grilo e sem a ameaça de escorpiões. Eles comeriam todos assados.

Mas voltando aos animais. Recentemente doparam um caramujo numa corrida com peso nas costas. Ele ficou doidão com o energético que lhe deram.

Nem é bom falar como é feito o patê de fígado de ganso.

Sempre gostei de circo

Numa ocasião fiquei impressionado com o urso que dançava freneticamente quando tocava determinada música. Mas passei a não achar mais graça quando descobri como os animais são (na maioria das vezes) domados para tais apresentações.

Coloca-se o urso sobre uma chapa de aço ou de alumínio ligada numa tomada elétrica. Já sobre ela toca-se uma música e em seguida liga-se à eletricidade provocando terríveis dores e descarga elétrica no animal. Novamente a música e novo choque e assim repetidamente. No picadeiro ao ouvir aquela melodia, por reflexo condicionado pula feito louco com medo das descargas elétricas, dando a impressão de estar dançando. Rimos na realidade da perda da dignidade do urso com a brutalidade que lhe foi imposta.

Deveria ser mais propagada a legislação de proteção aos animais. Texto da Constituição Federal. A lei das Contravenções penais. A Lei de Proteção à Fauna (Lei 9.605), cujo descumprimento pode levar o infrator à cadeia, pela prática de crime.

E ainda, o que muita gente ignora, a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, proclamada há muito pela UNESCO em sessão realizada em Bengalas na Bélgica, homologada também pelo Brasil.

Entre outros artigos determina essa Carta que todos os animais possuem direitos e que devem ser tratados com respeito para que haja equilíbrio entre o animal racional e o irracional.

Diz ainda que eles nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência; direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem; que deve ser mantido em seu ambiente e que se for necessário matá-lo que seja instantaneamente, sem dor e de modo a não lhe provocar angústia.

Imaginem aquela tartaruga cozida viva!

Espaço próprio

Nem mesmo zoológico dá aos animais o conforto que teriam no seu respectivo ambiente. São perceptíveis a tristeza e as dores dos animais enjaulados.

Num determinado abrigo de animais, uma gorila fez greve de fome. Chamaram o veterinário psicoterapêutico que diagnosticou:

– Falta de companhia, principalmente de um macho. Depressão profunda que pode levá-la à morte se não tiver imediatamente o carinho de um companheiro.

Um zelador que acompanhava a consulta disse:

– Eu posso ajudar. Vizinho de minha casa mora um homem barbudo e peludo até os pés. Um metro e noventa. Quando jogamos futebol na várzea ele é chamado pelo apelido de Macaco. Por uns quinhentos reais é possível que ele mantenha relação sexual com a gorila.

Procurado o vizinho Joaquim Macaco e consultado se por quinhentos reais ele manteria relação com a gorila a fim de salvá-la, ele pediu um dia para pensar.

Na manhã seguinte foi ao zôo e disse:

– Eu topo. Mas com três condições:

Primeiro: que não seja em público. A Maria ficaria muito chateada se soubesse.

Segundo: sem beijo na boca.

E terceiro: eu só posso pagar os quinhentos reais em duas vezes.

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