Como os empresários e sua respeitável representação classista querem transformar Araraquara na Capital do Serviço se deixam, à margem, o componente básico que dá contorno ao título?
Sem o hábito estamos abrindo mão daquilo que a geografia nos deu de graça e acidentalmente: a localização central do Estado de São Paulo. Ora, isso a história vai cobrar de alguém, não é mesmo? O prefeito Edinho Silva, os nobres vereadores, enfim, os agentes políticos deveriam meter a colher democrática nesta panela porque envolve interesse de toda uma região. Não se trata de questionar a experiência na construção de acordos anuais lastreada na amizade dos presidentes Ivo Dall’Ácqua (SCVA) e José de Mattos (Sindicato dos Trabalhadores). Mas, algo tem que ser feito pensando na cidade, na região e na conseqüente absorção de mão-de-obra. Tem um montão de gente querendo trabalhar. Por que não contratar para serviços nos fins-de-semana? Ou, para não segregar, contratar mais gente para cumprir, semanalmente, as 44 horas regulamentares?
Chega a ser absurdo que algumas pessoas tenham em mente o seu interesse e, quando pensam no geral, conseguem circundar apenas 20 centímetros do delicado e sensível umbigo. Impressionante, mesmo. E não adianta um sábado por mês, depois do pagamento. Tem que ser simplesmente todos os sábados para criar o hábito em questão. E sem autorização especial da prefeitura. Aliás, existe lei que permite a abertura, sem pedir favor de ninguém.
A convenção coletiva não deve ter como limite o interesse do empresário e do trabalhador. É bem mais amplo e milhares de pessoas estão querendo entrar no mercado de trabalho, uma questão de direito. Afora isso, se perdermos a condição de Capital da Prestação do Serviço, vamos buscar qual alternativa de desenvolvimento?
Senhores, não brinquem em serviço. Pensem um pouco mais abertamente e no contexto da globalização. E, com urgência!
