Emergência climática

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José Renato Nalini (*)

Aquilo que até há pouco vinha sendo chamado de “mudança climática”, talvez tenha de se denominar agora “emergência climática”. É que já ultrapassamos a fase de advertência, de avisos e recomendações, para o estágio de providências drásticas, sem as quais, o caos será a derradeira resposta do planeta.

O aquecimento global não só continuou, como cresceu. O Secretário-Executivo da ONU, Antônio Guterrez, afirmou que já não estamos no mero aquecimento. Entramos em ebulição. A Terra vai ferver. É o “cursinho para o inferno”.

Daí a clarividência do Prefeito Ricardo Nunes, ao criar e implementar a Secretaria Executiva das Mudanças Climáticas na Prefeitura de São Paulo. Uma Secretaria-meio, que tem por finalidade articular as ações de todas as demais Secretarias e organismos da capital, com vistas à mitigação dos efeitos dessas traumáticas alterações do tempo.

Quase ninguém sabe que a Secretaria já promove inúmeras iniciativas tendentes a atenuar as consequências da insanidade do bicho-homem. Talvez a principal delas seja a OIDA – Operação Integrada em Defesa das Águas, que tenta coibir a insensata destruição dos últimos fragmentos de Mata Atlântica existentes na capital. As derradeiras nascentes, que abastecem as represas Billings e Guarapiranga estão sendo dizimadas pela ocupação indiscriminada, pelo desmatamento, em sua maior parte provocado pela ilicitude. Esta, que não tem de se submeter à normatividade, não obedece à Lei da Licitação, não tem suas despesas examinadas pelos Tribunais de Contas, trabalha com toda a desenvoltura.

O empenho de uma equipe guerreira, formada por policiais militares estaduais e por guardas municipais da Prefeitura, tudo faz para impor barreiras a essa atuação delitiva. Mas faltam braços. É preciso contar com a colaboração da sociedade civil e, nesta, a dos setores empresariais providos de condições mais favoráveis de exercer monitoramento e fiscalização.

A cidadania tem também o dever de zelar por aquilo que é seu e que garantirá a sobrevivência própria e a das futuras gerações. Engajar-se nas ações da Secretaria Executiva da Mudança Climática é algo meritório e essencial. E lembre-se: estamos em Emergência Climática, o que é muito mais sério do que a aparente neutral “Mudança”, até há pouco anunciada.

(*) É Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Municipal das Mudanças Climáticas de São Paulo.

(Imprensa Renato Nalini)

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