(Editorial) Povo e Legisladores

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Em Ribeirão Preto, a população está se mobilizando contra a proposta de aumento no número de cadeiras de vereadores, de 22 para 27. A indagação que ecoa em todos os cidadãos é: por que aumentar a quantidade de vereadores, quando os atuais, em sua maioria, parecem contribuir muito pouco, ou nada, para a população?

A responsabilidade inerente ao cargo de vereador é, como o próprio nome indica, legislar. Contudo, os políticos em exercício têm se concentrado majoritariamente em solicitar serviços como limpeza de ruas, corte de mato, mudanças de nomes de ruas, concessão de títulos de cidadão ou reparos em vias. Ribeirão Preto, com uma população de aproximadamente 700 mil habitantes, já tem 22 vereadores, enquanto Araraquara, uma cidade bem menor, com cerca de 242 mil moradores, possui 17 vereadores. Ao comparar a proporção populacional, é evidente que Araraquara já tem um número maior de legisladores por habitante, mesmo estando em conformidade com a lei.

Tanto em Ribeirão Preto quanto em Araraquara, a diminuição do número de vereadores poderia aliviar os cofres municipais, permitindo uma aplicação mais eficaz dos recursos arrecadados dos cidadãos. Além disso, é crucial repensar a política de reeleições consecutivas, uma prática que precisa ser urgentemente revista. Dois mandatos legislativos devem ser o limite, impedindo candidaturas indefinidas. A política no Brasil deve se libertar da ideia de ser um mero cabide de empregos e os salários e benefícios oferecidos pelos cargos precisam ser reduzidos para atrair verdadeiros idealistas para a causa pública.

A sociedade brasileira já demonstrou estar mais atenta e engajada na política, demonstrando um interesse crescente pelos assuntos do país. Isso se reflete no conhecimento da população sobre os nomes dos ministros do Supremo Tribunal Federal, um fenômeno que, até recentemente, passava despercebido. O aumento no número de políticos, salários excessivos e regalias sem fim não são mais tolerados pela maioria da população, como demonstrado recentemente em Ribeirão Preto. O futuro da política local e nacional agora aguarda ações que estejam verdadeiramente alinhadas com o interesse público. O único empecilho é que os próprios legisladores teriam que alterar essas regras.

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