A resposta mais simples seria “a vontade do povo”. Portanto, ganhará o mais “amado”. Mas, a vontade é apenas positiva? E se houver o mais “odiado” como parte da vontade do povo?
Nesse cenário, imagine uma nova eleição na qual o seu voto terá a oportunidade de expressar sua aversão.
Antes do “plim plim plim” final, a urna perguntaria: deseja informar seus “votos de protesto”? (apenas para deixar claro o objetivo dessa nova informação). Se o eleitor confirmar, ele poderá informar quem ele não quer de jeito nenhum para os cargos majoritários.
Cada “voto de protesto” iria contar como um voto negativo, assim os eleitores seriam capazes de expressar suas vontades sobre o candidato que eles mais favorecem e sobre o candidato que possuem mais aversão. Na apuração, cada candidato teria que contemplar o desejo da maioria e não ser odiado ao mesmo tempo.
Qual o impacto desse desejo mais completo do eleitor? Grandes mudanças poderiam ocorrer. Por exemplo, para ser eleito, um candidato teria que ser apreciado sem gerar ódio ou aversão. O resultado nunca seria de candidatos com grandes rejeições. O político teria um trabalho bem mais completo: de agradar a maioria sem desagradar ao mesmo tempo. Não teríamos mais candidatos de um lado ou de outro. A disputa “de nós contra eles” – propaganda política que busca polarizar ideias para angariar mais votos – nunca teria sucesso. O candidato que semeasse a “guerra” com qualquer segmento da população seria penalizado negativamente e nunca teria sucesso.
Se esse método valesse para essa eleição, que foi polarizada desde sempre, a discussão de “terceira via” perderia o sentido. Na propaganda eleitoral, que não passou de uma propaganda de “o outro é pior”, teria que ser muito mais inteligente atraindo eleitores sem gerar repulsa.
Um caminho para uma nova realidade sem guerra declarada.
