Em janeiro deste ano, voltamos ao tema com o título bastante esclarecedor: “Araraquara falha com ciclistas”. É que a ausência de espaços seguros para tráfego de ciclistas na cidade chama muito atenção. No último dia 19, a comunicação do Município informou que a UFSCar entregava plano de mobilidade.
O plano traz estudo detalhado para a mobilidade urbana, permitindo planejamento de longo prazo. Excelente. Mas existe um “porém”: a demora.
Na matéria de janeiro, havia previsão dada pela municipalidade de entrega das primeiras ciclovias em julho (que já passou). O que vemos, agora, é a disponibilização do estudo feito pela UFSCar. De novo, dizemos: que bom. Mas essa morosidade é um problema.
Sim, porque somente com o estudo entregue, podemos esperar efetivação das ações de mobilidade na cidade. Pelo menos, é o raciocínio que se percebe da municipalidade em função de Lei (federal) nº 12.587/2012.
Mesmo assim, confessamos persistência do nosso incômodo.
Araraquara demora demais para dar atenção aos ciclistas. Evidente que não precisaria haver previsão em lei federal para a cidade estimular e bem cuidar dos ciclistas. Igualmente claro que não precisaríamos esgotar todos os prazos da lei federal, para, de novo, bem cuidar dos ciclistas.
Antes, a omissão pública devia-se à falta de interesse local ao estímulo do uso de bicicletas. Após a lei federal, a inanição oficial quanto aos ciclistas justifica-se pela pendência do plano de mobilidade, que, por sua vez, sofreu atraso pela pandemia.
Não se coloca em xeque a iniciativa, nem qualidade do plano, nem atraso de entrega pela pandemia. Mas se questiona: essa insistência araraquarense de não cuidar adequadamente dos ciclistas, realmente, terá fim? Doravante, parece – frisamos novamente, parece – não haver mais desculpas para ações efetivas de instalação de ciclofaixas e ciclovias.
A conferir, afinal, se teremos quebra do ciclo de omissão na cidade.