(Editorial) Calma

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Não se nega que o mundo vive uma fase muito difícil: ansiedade, estresse, nervosismo, solidão, dúvidas, desconfiança e muito, muito desamor. Tantas pessoas, especialmente, com 60 anos ou mais, comentam: “não pensei que um dia chegaria a viver e ver tanta animosidade e quase a total falta de respeito para com o próximo”. Mas o que acontece?

Hoje, falando um bom dia para alguém, corre-se o risco de ter como resposta: ” bom dia por quê?” Sim. Não é exagero. O fato é que as pessoas, em profundo estresse, talvez, não tenham o real conhecimento do que está acontecendo com elas próprias.

Para visualizar o que está ocorrendo com o ser humano, vamos exemplificar com um fato bem prosaico (mas que efetivamente aconteceu): dia desses, um senhor, brincando com seu cachorro, em uma praça, começou a bater boca com um outro frequentador do local, que chegou depois, e passou a implicar com o cachorro: “aqui não, vão embora”. Foi uma “baixaria” que se seguiu. Até que o senhor, dono do cachorro, embora xingando e reclamando muito, foi embora. E isso, ocorreu, cedinho, por volta das 7 horas da manhã. Ou seja, os ânimos já estavam bem acirrados.

Escolas, no passado, eram para acolher. Hoje? Mais parecem um ringue, não sendo raras brigas violentas entre os jovens. Vizinhos já não são mais, como no passado, quando se dizia “o parente mais próximo é o vizinho”. Hoje, mal se olham. Não se trata, portanto, de um problema de uma faixa etária específica.

Deu para perceber que o ser humano está ficando fora de controle. Por mínimos motivos, briga, até mata. E mata mesmo. O risco aumentou bastante com acesso amplo e facilitado às armas de fogo. Um dado revelador da escala de violência é o feminicídio (mulheres assassinadas pelo simples fato de serem mulheres): tomando por base o primeiro semestre de 2021, o número total (666 mulheres mortas) foi o mais alto da série histórica, desde 2017. São dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Tudo bem que a vida não está fácil para ninguém. O mundo está em pé de guerra?
Sim. Inegável que, nos quatro cantos do planeta, não existe mais paz. Mas, por isso mesmo, não seria o momento de pensar em união, na caridade, num olhar afetuoso? Talvez, ostentar menos? Dividir, se possível, o que se tem com o próximo?

Caridade é a palavra-chave, para mudar comportamentos. Deixar, um pouquinho, o egoísmo de lado. Tentar colocar-se no lugar do outro, em uma caminhada mais suave, empática, para um mundo melhor.

Muito importante, neste momento, não “colocar mais lenha na fogueira”, seja qual for a situação. Não devemos, nem temos o direito de aumentar problemas. Difícil demais mudar, não é verdade? Mas, quem sabe, iniciando a mudança em nossa casa, com nossa família, com nossos amigos, consigamos. Mas que iniciemos, de qualquer maneira. Mundo pede por dias melhores e mais leves.

O momento de iniciar a mudança tem que ser agora. E lembre-se: tenha calma.

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