A região está lembrada da luta hercúlea do advogado Miguel Tedde Netto quando exerceu, de forma histórica, a presidência da Beneficência Portuguesa de Araraquara. Uma entidade hospitalar que passou a fazer parte da comunidade quando, por rádio e jornal, foi convidada a participar da construção de uma sala de hidratação. Os argumentos do Tedde todos conhecemos, é difícil dizer-lhe não. Ainda bem que ele pede com parcimônia…
Tedde Netto não fez uma administração focada na promoção pessoal, onde o privado sobrepuja ao coletivo. O interesse da entidade foi o norte constante, buscado com inteligência e muito trabalho. Não fez carreira em cima de ninguém, dedicou-se de corpo e alma, sem a mediocridade de se achar dono de todo o complexo hospitalar. Jamais usou os recursos do hospital para atender reivindicações de amigos ou tentar barrar os eventuais inimigos. Um advogado do povo, de carisma inquestionável e que, depois de tantos anos, ainda é lembrado com carinho e respeito.
Mas, Tedde Netto na esteira de sua capacidade de argumentação acabou conseguindo um feito inédito: tornar a Beneficência Portuguesa uma Santa Casa de Misericórdia Nossa Senhora de Fátima. E, como tal, segundo informações chegadas à redação, o hospital divide as verbas, mas, presta menos serviço que a sua homônima. Obviamente, isso sobrecarrega quem dá mais, podendo prejudicar a coletividade.
Esse assunto merece ser debatido: as duas santas casas dividem o bônus, mas, na hora de dividir o ônus existiria uma suposta defasagem que não atende ao clamor popular. No mínimo, faltaria justiça.
Diante de um tema tão importante, quão delicado porque falam-se em leitos disponíveis aos que batalham nesta vida sem um bom e amplo plano de saúde, quem pode oferecer a devida luz?
