Maria Regina Canhos (*)
Vivemos numa época em que se incentiva o amor a si mesmo, em detrimento do amor ao próximo. Trata-se de individualismo, sistema egocêntrico e altamente prejudicial à fraternidade, no qual a pessoa escolhe viver exclusivamente para si. Tal individualismo se manifesta normalmente através do egoísmo e da inimizade. A Bíblia diz, no entanto, que o cristão verdadeiro será reconhecido pelo seu amor ao semelhante: "Nisto todos saberão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros." Percebemos que estamos diante de um completo antagonismo. De um lado a sugestão mundana, ame a si mesmo; de outro lado a sugestão divina, amem-se uns aos outros (1Ts 4.9).
Esse amor ao próximo, entretanto, não deve ser falso, como acontece muito nos dias atuais, mas sincero e de coração. A primeira carta de Pedro traz em seu primeiro capítulo, versículo 22: "Assim, já que tendes a vossa vida purificada pela obediência à verdade que leva ao amor fraternal não fingido, amai uns aos outros de todo coração".
Na internet encontrei uma frase que conceituava de forma brilhante o amor cristão: "resultado da transformação espiritual experimentada através do novo nascimento, e a prática central do conteúdo da fé cristã". Essencialmente, podemos dizer que o amor cristão é o resumo da lei de Deus (Mc 12.33).
Mesmo assim, a despeito de palavras bonitas, precisamos ter em mente que o verdadeiro amor se expressa através de obras. Na primeira carta de João, capítulo 3, versículo 18: "Filhinhos, não amemos de palavra, nem de boca, mas em ações e em verdade." Ora, é fácil dizer que se ama o próximo, nada fazendo por ele. O verdadeiro amor inspira atitudes altruístas e caridosas. "Quem, pois, tiver bens do mundo e, vendo seu irmão em necessidade, fechar-lhe o coração, como o amor de Deus pode permanecer nele?" (1 Jo 3.17).
É impossível esperar a salvação em Cristo sem a prática do amor cristão.
(*) É Escritora – mariaregina.canhos@gmail.com.