Sarah Coelho Silva, sempre idealista e colaboradora do JA, indica como entrevistada Edelvani Fioco, delegada regional da Cultura.
Edelvani Fioco que responde pela ação cultural pública do Governo de São Paulo na Região Central (12ª R.A.) que engloba as micro-regiões de Araraquara e São Carlos (26 cidades), fala um pouco do trabalho da Secretaria de Estado da Cultura, dos projetos desenvolvidos e apoio.
Edelvani (assumiu a função em meados de 2002), diz que a Delegacia incentiva as manifestações culturais da nossa gente, participando de quase todas as iniciativas de cultura da região, dá continuidade aos grandes projetos da Secretaria como o Revelando São Paulo, Mapa Cultural Paulista, Projeto Ademar Guerra e São Paulo Estado de Leitores e apóia os projetos da comunidade que chegam ao governo, a restauração de alguns prédios públicos, apresentações de grupos de cultura erudita e popular, núcleos de cinema e projetos municipais.
Ela fala ainda dos Espaços Alternativos de Cultura, em Araraquara, que transformaram bares, restaurantes, indústrias, empresas e órgãos do governo em Galerias de Artes, levando e mostrando a produção dos artistas locais e da região às pessoas que por um motivo ou outro normalmente não procuram os espaços especializados das exposições. A cada exposição novos consumidores ou apreciadores aproximam-se do que é produzido na região. Confira suas respostas:
JA- Quais os departamentos da Secretaria?
D.F. Temos o Departamento de Atividades Regionais da Cultura – Darc, ao qual é ligada diretamente a Delegacia da Cultura. Sua função é a de avaliar os projetos que pedem e contam com o apoio da Secretaria, promover as atividades permanentes, trazendo tudo o que a Secretaria realiza até o município, costurando parcerias, promovendo atividades e incentivando as manifestações culturais.
Há o Departamento de Formação Cultural – DFC que controla as Oficinas Culturais, como a “Sérgio Buarque de Hollanda” de São Carlos. O DFC oferece iniciação em vários segmentos culturais. Neste 1º semestre, 13 municípios de nossa região serão atendidos pela Oficina Cultural. Hoje Delegacia e Oficina trabalhamos muito próximos.
Temos o Departamento de Artes e Ciências Humanas – DACH que desenvolve atividades de produção e difusão cultural, além de administrar os teatros do Estado; o Departamento de Museus e Arquivos – Dema, que oferece cursos e abre espaços para as exposições mais diversas e também o Centro de Estudos Musicais Tom Jobim que forma e aperfeiçoa crianças, jovens e adultos na área musical em todos os níveis. Além desses departamentos, temos o Conservatório Musical de Tatuí, a Orquestra Sinfônica do Estado – Osesp, Sala São Paulo, Fundação Memorial da América Latina, Fundação Padre Anchieta e outras ainda mais.
Quais os principais projetos desenvolvidos na região?
Temos o Projeto Ademar Guerra que forma e aperfeiçoa técnicas de teatro para os profissionais da área; o Mapa Cultural Paulista que desde 1995 vem revelando talentos nos mais diferentes segmentos culturais do interior do Estado, com um saldo revelador de espantar porque renova os quadros artísticos e traz qualidade; o Revelando São Paulo, que busca as tradições, o folclore, a cultura popular verdadeira do nosso Estado e expõe tudo isso num grande parque na Capital. Temos agora o São Paulo Estado de Leitores, criado recentemente pela secretária Cláudia Costin e que tem possibilitado a formação de bibliotecas e a doação de livros.
A Delegacia trabalha em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de Araraquara?
Temos um bom diálogo. Já estivemos e estamos juntos em vários projetos como o Choro das Águas, por exemplo, que envolve ainda a parceria do Daae, Secretaria do Desenvolvimento Econômico e a Ararte (dos artesãos). No biênio 2003/2004 do Mapa Cultural, a Secretaria Municipal não participou porque lhe faltaram recursos mas nos anos anteriores sempre estivemos juntos. O Lauro Monteiro (secretário da Cultura) é aberto ao diálogo.
Quais os espaços oferecidos aos artistas?
Nós temos usado os espaços alternativos, uma proposta interessante porque populariza a arte e a aproxima das pessoas comuns que não têm muito contato. E esse contato traz sempre público novo.
Não é da nossa gestão essa idéia mas conseguimos ampliá-la. Esses espaços são parcerias com restaurantes, indústrias, empresas diversas, ONGs e instituições públicas. Cada espaço virou uma galeria de artes, como exemplo temos a Galeria de Artes kaiser, Tropical Shopping, Velho Armazém… Em novembro inauguramos um espaço amplo no prédio da Secretaria da Fazenda (antiga Fepasa) que vai servir aos artistas da cidade e região.
Tem mais a destacar?
São tantos os projetos nossos e aqueles acolhidos na comunidade e nas prefeituras que não dá para enumerá-los. Diria que estamos presentes em todas as manifestações culturais do interior e ainda trazemos a metrópole para o interior, levamos o interior à metrópole. Além dos projetos que são a linha mestre, como Mapa Cultural, Revelando, Estado de Leitores, aqui nós apoiamos o Choro das Água e os projetos alternativos que nos são enviados, solicitações dos secretários e dirigentes culturais e prefeitos. Por exemplo, apoiamos os festivais de música sacra locais e regionais, algumas restaurações de prédios, incentivo e doação de livros às bibliotecas municipais e de comunidades, apoio aos núcleos de cinema etc. Enfim, não trabalhamos apenas com o convencional mas com o que aparece. Por exemplo, apoiamos as folias de reis, catira e ainda estamos apresentando alguns projetos e idéias para garantirmos mais apoio e incentivo às manifestações culturais e educacionais de nossa gente.