Carla Jimenez
Em 2002 o e-commerce movimentou US$ 1,9 bilhão e no ano passado esse valor foi de US$ 4,5 bilhões.
O comércio eletrônico para o consumidor final cresceu 163% em 2003, segundo a pesquisa a Fundação Getúlio Vargas/Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV-Eaesp). Em 2002 o e-commerce movimentou US$ 1,9 bilhão e no ano passado esse valor foi de US$ 4,5 bilhões. Segundo o professor e coordenador da pesquisa, Alberto Albertin, esse montante equivale a 2,08% do transacionado no varejo brasileiro.
Já o comércio eletrônico entre empresas (ou B2B, de “business to business”) dobrou em 2003, passando de transações de US$ 5,7 bilhões em 2002 para US$ 12 bilhões no ano passado, ou 4,94% do movimentado no comércio tradicional entre corporações.
A área de serviços, que inclui os bancos, teve a maior curva de crescimento no B2B, passando de terceiro para segundo lugar entre 2002 e 2003. Quem lidera o uso do comércio eletrônico corporativo é a indústria. O comércio está em terceiro lugar.
Entre as empresas que operam com comércio eletrônico, 91% utilizam a ferramenta para atendimento ao clientes; 58% para a cadeia de suprimento, na aquisição de produtos de escritório, limpeza, etc.; e 48% para o desenvolvimento de produtos e serviços. Segundo Albertin, as empresas ainda não utilizam o comércio eletrônico para a aquisição de matérias-primas. “As empresas já investiram nos processos de EDI (Electronic Data Interchange, que não necessariamente é feito pela Internet). Daí, ainda não vale a pena migrar para o e-commerce”, diz.
Numa nota de zero a cinco, as empresas consultadas pela pesquisa nomearam qual o peso de diversos indicadores no comércio eletrônico. Segurança e privacidade ficou em primeiro lugar com 4,45. Em seguida, veio alinhamento estratégico, que superou este ano o item relacionamento com cliente. Segundo Albertin, as empresas passaram a compreender que a Internet faz parte de uma estratégia integrada, portanto não funciona individualmente, como se supunha no final dos anos 90. A pesquisa mostra também que as empresas passaram a dar mais peso à necessidade de “adotar” clientes pela Internet.