Cidade boa atrai gente interessante

Sinézio Antonio de Queiroz, empresário recentemente radicado em Araraquara, diz que é preciso valorizar e gostar da “cidade da gente”.

Mineiro de nascimento, paulistano por opção e, agora, araraquarense, chegou na cidade no ano passado e encantou-se com a cidade.

Administrador de empresas com pós-graduação na área de Propaganda e Marketing, ocupou diferentes gerências e superintendências na Telesp/Telefônica nos últimos 12 anos, tendo se desligado da empresa em busca de outros ideais e projetos.

Casado com Márcia, com duas filhas pré-adolescentes, Sinézio acalentava a idéia de deixar São Paulo, pois, mesmo reconhecendo os encantos e charme daquela cidade única, entendia que uma melhor qualidade de vida somente seria encontrada fora da grande cidade.

Indicado por Sarah Coelho Silva, ele concedeu entrevista para destaque em Gente:

O que o fez sair de São Paulo?

Diversos motivos somados, mas sobretudo a expectativa de poder criar os filhos em um ambiente mais ameno, onde a gente não fique tão angustiado, a cada momento pensando nos riscos que nos rondam.

Não há um lugar 100% seguro e estar em Araraquara não significa isenção de riscos.

Você tem razão, mas conhecendo São Paulo como conheço e, embora ainda não seja um especialista em Araraquara, posso lhe afirmar, sem medo de errar, que não existem termos de comparação entre as duas cidades neste aspecto. Viver, por si só, representa risco em qualquer lugar, mas viver em São Paulo, hoje, representa um risco tão alto que minha família e eu já não estávamos dispostos a correr.

Algum episódio?

Já fui assaltado a mão armada, já tive minha casa violada, já presenciei outras pessoas sendo assaltadas, tenho diversos parentes que sofreram violência similar. Isso é estatisticamente um absurdo, e olha que morávamos em bairro considerado bom e calmo.

E se esta questão for resolvida…

Olha, não quero dar a impressão de que guardamos ressentimentos de São Paulo, pelo contrário, trata-se de uma cidade com encantos e qualidades que só ela tem. É a cidade que escolhi viver a maior parte de minha vida, em que me casei, onde minhas filhas nasceram e onde fui muito feliz. Hoje os tempos são outros e o interior, onde nasci, oferece qualidade de vida muito mais adequada.

O que considera melhor qualidade de vida?

No meu entendimento, uma melhor qualidade de vida é representada não por um, mas por um conjunto de fatores que te levam a ter uma vida mais sadia, menos estressante e com gosto de ser vivida e aproveitada. Observe a vida em Araraquara: aqui você tem prazer em sair à rua para uma boa caminhada; respira um ar muito mais puro, com exceção das queimadas de canaviais; não há ruído intenso de trânsito e buzinas; as pessoas com quem você cruza não estão correndo, não estão tensas; há verde por todos os lados; quando se marca um compromisso você nunca fica preso no trânsito, os vizinhos são afáveis e lhe cumprimentam; você tem tempo para estar com a família e pode ter uma participação mais efetiva em sua comunidade.

As pessoas costumam dizer que, em compensação, aqui não temos muitos restaurantes, teatros e opções de shows.

Só que temos excelentes clubes e bons restaurantes, não luxuosos, mas com boa cozinha. Se você, um dia, quiser variar, a região é repleta de boas cidades e excelentes estrada, o que faz com que você possa realizar ótimos programas com a família em viagens curtas e absolutamente prazerosas.

E possui outras vantagens outros atrativos, também.

Sim, Araraquara é bonita e promissora, bem localizada, que ainda não padece dos males das grandes cidades, é limpa, tem boas escolas, boa infra-estrutura de saneamento e saúde e está próxima de outras cidades excelentes. Aqui temos a qualidade de vida que queremos sem abdicar de peculiaridades das grandes.

Como a família reagiu?

Muito bem e encontra-se em franco processo de adaptação. As crianças estão felizes em um simpático colégio, com inúmeras novas amizades que freqüentemente as visitam, ora para trabalhos em conjuntos ora para estarem juntas em finais de semana. Minha mulher, que é psicóloga, se integra dia-a-dia na comunidade e já pensa em projetos pessoais.

E os seus negócios?

Estamos nos adequando e melhorando e, se Deus quiser, em breve, teremos um caminho empresarial bem definido. Criamos, meus sócios e eu, a Discaf – Distribuidora de Cabos e Fios Ltda, há mais ou menos 16 meses. Nesse período, sobrevivemos a todas as dificuldades e todas as crises pelas quais a economia tem passado. Ainda estamos muito longe dos objetivos e metas que nos impusemos, mas caminhamos superando os problemas e com tendências positivas.

Quantos empregos a empresa gerou?

Cinco diretos e um estágio. Além desses, temos a área de transporte e entregas terceirizados, com geração de trabalho para mais dois profissionais autônomos e temos, ainda, três representantes comerciais aqui da cidade.

Há outros aspectos que gostaria de destacar?

Sim. Uma empresa é sempre como um organismo vivo que, permanentemente, impacta de maneira positiva na vida econômica e social da cidade. Só para exemplificar, promovemos um evento de interesse da Discaf em um dos hotéis da cidade. Na oportunidade, representantes de quatro indústrias de diferentes localidades estiveram conversando conosco sobre possibilidades e estratégias de negócios. Isso demandou reserva de hotéis, confecção de diversos produtos associados e necessários ao encontro, enfim, movimentação econômica que interessa a todos. Diversas empresas e entidades executando suas atividades vão incrementando os negócios dos diversos setores econômicos da região. É assim que a vida caminha.

Que bom que estejam felizes. Esperamos que continuem satisfeitos.

Aproveito, para finalizar, para reafirmar nossa satisfação, doravante, em integrar a comunidade araraquarense e dizer que nos esforçaremos, minha família e eu, para nos tornarmos efetivos cidadãos locais.

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