Sarah Coelho Silva (*)
Episódio nº 1
Jenaro com J porque vivia na janela pendurado
Para ver a Chiquinha no vai e vem o dia inteiro
Na calçada de sua rua passar
Às vezes quando dava tempo
Corria para o portão olhando até ela virar a esquina
Chiquinha sempre com sorriso em seus lábios vermelhos
Ao andar sem pressa, com um requebrado inocente que era todo seu
Mas o que mais chamava a atenção de seu Jenaro
Eram as pernas grossas expostas a mini-saia da moda
Ele tinha mais de 50 anos
Ela 17, uma criança
Sonhando, com certeza, um dia, na igreja entrar
De véu e grinalda com um rapaz de sua idade casar
Seu Jenaro com certeza tentava
A Chiquinha pode sua juventude sua alegria lhe dar
E eu a minha maturidade e experiência as coisas da vida a ela ensinar
Mas, coitado do seu Jenaro, mal ele sabia que estava sempre sonhando acordado
Ninguém pode dar o que não tem de concreto
Muito menos experiência de vida e a sua idade
Este é de fato um caso sério
Os anos passaram
Felizmente a Chiquinha nas garras do Sr. Jenaro é que não caiu
Ele que estava cego
As meninas de hoje da tecnologia moderna é que são de fato espertas
E não caem tão fácil nas lábias de um homem que mal sabia que era tarado.
(*) É colaboradora do JA.