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Camisinha é questão de educação

Embora as campanhas sejam intensificadas durante o Carnaval, pouca gente tem consciência da importância do uso da camisinha na prevenção da Aids e DSTs. Para agravar o problema, uma pesquisa revelou que depois de algumas doses de álcool um grande número de pessoas “relaxa” e deixa de lado a camisinha.

Para a enfermeira Maria Cecília de Almeida, o argumento de que incomoda “é uma grande furada, pois existem no Brasil vários tipos de preservativo, com textura, tamanhos, cores e aromas variados. Por isso, sempre que ouço alguém dizendo que ‘usar camisinha na hora da transa é como chupar bala com papel’, digo que a solução é escolher o modelo apropriado”.

Ela diz que na hora da escolha, o primeiro critério a ser observado é o selo do InMetro. “Pode ser divertido usar aquela que brilha no escuro ou que toca música durante o ato sexual, mas é o selo de garantia que vai dar mais segurança e atestar que não se trata de produto contrabandeado. Os hospitais e postos de saúde da rede pública distribuem preservativos de boa qualidade de graça.

Obstáculo

Dispensar a camisinha não tem nada a ver com a falta de informação, concluíu um estudo da Faculdade de Saúde Pública da USP de 1999, que revelou que apenas 37% das mulheres usam o preservativo em todas as relações sexuais.

“Não dá para colocar regras em qualquer tipo de atividade que gera prazer”, explica o sexólogo Ângelo Monesi, do Instituto Paulista de Sexualidade. Não há nada mais irracional do que o sexo. Pensar na camisinha na hora do prazer é ter de racionalizar o que é, à princípio, puro instinto. O preservativo é um obstáculo para o processo do prazer. Por isso a dificuldade de incluí-lo na relação sexual.

Sobre as campanhas preparadas pelo governo para os quatro dias de Carnaval, frisa que “tudo é puro oportunismo, nem metade das camisinhas são usadas. Se é necessário fazer campanhas, é justamente porque não há um processo coerente, duradouro e rotineiro de educação e formação sexual no Brasil”, diz o diretor da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade, Nelson Vitiello.

Caminho

A solução, segundo Vitiello, é uma mudança ampla na forma de encarar o sexo. Ele acusa a sociedade de ainda ser muito machista e induzir as pessoas a pensar em sexo como algo sacana. “Essa ideologia induz uma atitude irresponsável”, considera.

Vitiello explica que o sexo deve ser encarado como algo que leva à felicidade. “Se encarado desta forma, todos vão querer se cuidar e ter cuidado com o parceiro”.

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