Sarah Coelho Silva (*)
Esta briga, que vou narrar, não presenciei,
Mas, fiquei sabendo como ocorreu.
Estava, sábado passado, no Programa Família na Escola
E tinha um garotinho, de uns 8 anos,
Amuado num canto, um pouco tristonho.
Aí lhe perguntei: por que estava tão quieto.
Eu conheço o garoto e sei que é da “pá virada”.
Ele, muito manhoso e com cara de vítima, foi logo dizendo:
Meu irmão, bem mais velho do que eu, me deu uma surra.
Eu fiquei deveras triste, por ele também.
Mas, como a gente já foi criança
E as histórias se repetem de geração para geração,
Para consolar o menino tristonho
Fui logo dizendo: ainda bem que a surra foi de seu irmão,
Porque ele te ama, e te bateu com carinho.
Se fosse um moleque da rua, ou um homem estranho
A surra seria pior… Todos nós adultos sabemos
Garotos nestas idades, às vezes perturbam os irmãos
Mais velhos, tirando-os do sério.
Então, hoje, a minha história é de briga
E eu de briga muito entendo porque
Fui uma criança com oito irmãos,
Eu era a filha mais velha, e que também sabia brigar.
Briga, meus amiguinhos, não vale a pena
O negócio é dialogar, se comunicar.
Pois quem não se comunica, se trumbica, dizia o
Velho guerreiro.
Pensamento
“O exemplo corrige bem melhor do que as reprovações”
(Voltaire)
Tão bom morrer de amor! E continuar vivendo… (Mário Quintana)
(*) É escritora e colaboradora do JA.