Brasil vive surto de herpes zoster

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Levantamento mostra que o herpes zoster disparou no Brasil em 2023. Olhos sofrem mais com o vírus. Entenda.

 O bicho está solto, literalmente. Como se não bastasse o surto de dengue, estamos vivendo um surto de herpes zoster no País. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier em Campinas, uma pesquisa recém realizada pelo hospital no banco de dados do DATASUS mostra que o exame para diagnosticar o vírus herpes zoster, também conhecido como cobreiro, saltou de 19 mil em 2022 para 127 mil no ano passado. Pior, nos dois primeiros meses do ano quase triplicou em relação ao mesmo período de 2023. O estado com a maior taxa da doença é o Rio de Janeiro que supera inclusive São Paulo, apesar de ter uma população bem menor.

O oftalmologista explica que a contaminação é causada pelo mesmo vírus da catapora, o varicela-zóster que fica alojado no corpo e está presente em 95% dos brasileiros. Uma em cada três dessas pessoas pode manifestar a doença. Isso porque, explica, a vacina só começou a ser produzida a partir de 1990.

Antes disso, quem não era vacinado contraía a catapora e, após a cura da infecção, mantinha o vírus alojado no sistema imunológico. Essas pessoas, principalmente após os 50 anos de idade, correm maior risco de desenvolver uma reativação viral. Para Queiroz Neto o envelhecimento da população brasileira explica o surto no País. “Os olhos e o cérebro são órgãos preferenciais para o vírus permanecer por muito tempo se replicando sem fazer alarde”, comenta. Isso porque, as células de defesa do olho são autolimitadas para evitar processos inflamatórios que poderiam causar danos maiores ao órgão. Por isso as afecções oculares respondem por metade dos casos.

Sinais de alerta

Queiroz Neto afirma que uma semana antes de surgirem as primeiras erupções ao redor dos olhos pode ocorrer dor e formigamento no fronte, sempre em um único olho. Ao primeiro sinal recomenda consultar um oftalmologista. “Quanto antes for iniciado o tratamento, menores são as sequelas. “Ter mais de 60 anos, a constante exposição ao estresse e e qualquer fator que abale a imunidade pode reativar a doença Embora fique latente no organismo é rara a manifestação no olho mais de uma vez”, afirma.

Doenças causadas nos olhos

Entre as doenças causadas pelo vírus o oftalmologista destaca a ceratite herpética, uma inflamação recorrente na córnea que tem como sintomas dor nos olhos, vermelhidão, sensibilidade à luz, visão embaçada e sensação de corpo estranho nos olhos. Outras condições elencadas pelo oftalmologista são: uveíte (inflamação da úvea, a camada média do olho), irite (inflamação da íris), episclerite (inflamação da camada fina que cobre a esclera) e neurite óptica (inflamação do nervo óptico) que pode levar à perda da visão;

Tratamento

Queiroz Neto ressalta que que o tratamento do herpes zoster varia de acordo com a gravidade de cada caso. Pode inclui antivirais tópicos em gota ou pomada para reduzir a replicação do vírus, corticosteroides tópicos ou sistêmicos, colírio anti-inflamatório e analgésico para aliviar a dor associada à neurite óptica.

“É crucial seguir as orientações d e realizar consultas de acompanhamento para monitorar a resposta ao tratamento e ajustar a terapia conforme necessário”, salienta. Também é recomendável manter a área afetada limpa lavando várias vezes ao dia, aplicar compressas frias feitas com gaze e água filtrada. O contágio não é comum, mas pode ocorrer caso outra pessoa tenha contato com o líquido que transborda das vesículas. Por isso, recomenda separar toalhas e fronhas que devem ser trocadas, pelo menos, uma vez ao dia.

Prevenção

O especialista afirma que toda criança deve ser vacinada aos 15 meses de idade com a tetra ou tríplice viral + varicela monovalente, tomar a segunda dose de 2ª varicela monovalente, aos quatro anos de idade.

Para quem já passou dos 50 anos adultos imunocomprometidos com 19 anos ou mais a recomendação do médico é tomar a vacina zoster recombinante que só está disponível na rede privada e custa em torno de 800 reais.

Manter uma alimentação equilibrada, boa noite de sono e as mãos limpas também pode diminuir o risco de reativar este vírus, bem como contrair outros, conclui.

(LDC Comunicação)

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