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Brasil se estabiliza e deve crescer, diz Banco Mundial

Mark Wilkinson

BOSTON (Reuters) – Após o pior desempenho em uma década, registrado no ano passado, a economia do Brasil estabilizou-se e se prepara para crescer sob a administração do presidente Luiz Inacio Lula da Silva, disse o diretor do Banco Mundial para o Brasil, Vinod Thomas.

Lula, primeiro presidente de esquerda em 40 anos, herdou em outubro de 2002 um país atingido pela pobreza, dívida alta e problemas econômicos.

''Houve uma grande melhora no primeiro ano do governo Lula”, disse ele à Reuters.

''Ele teve um desempenho muito forte na estabilização da economia e deveremos ver crescimento em 2004”, disse ele no sábado, durante uma conferência sobre América Latina no respeitado Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Dados divulgados recentemente mostram que a economia do Brasil contraiu-se 0,2 por cento no ano passado, o pior desempenho desde 1992. Em 2002, o Produto Interno Bruto (PIB)brasileiro cresceu 1,9 por cento.

A melhora, porém, começou a ser percebida nos últimos três meses do ano passado, quando a economia cresceu 1,5 por cento em relação ao trimestre anterior, os custos do crédito caíram e os consumidores voltaram a gastar.

Além disso, o país teve seu primeiro superávit em cinco anos, a inflação e as taxas de juro caíram.

Lula foi criticado por não ter aumentado os gastos socias, mas Thomas afirma que houve um ''início forte” na agenda social do governo.

MATURIDADE POLÍTICA

''O Brasil fez um progresso importante ao tornar suas instituições políticas mais fortes e mais estáveis”, disse Fernando Xavier Ferreira, principal executivo da Telefonica no Brasil, durante a conferência no MIT.

''O país também mostrou maturidade política com uma transição suave entre partidos rivais na última eleição e agora está tomando boas medidas para melhorar a eficiência econômica”, disse ele.

Mas a maior economia da América Latina ainda enfrenta duros desafios. A pobreza continua alta e a distribuição de renda, muito desigual.

''Levará anos para arrumar”, disse Thomas. ''A melhor chance para reduzir a pobreza é através de uma combinação de crescimento e melhor distruição de renda.”

A dívida do país continua pesando na economia e está em cerca de 58 por cento do PIB.

O índice preocupa analistas, mas Thomas disse que essas preocupações são ''exageradas” e que o problema pode ser tratado com uma combinação de disciplina fiscal e crescimento econômico.

O processo para abrir um negócio continua muito lento e complicado, disse Thomas, e ainda é preciso trabalhar muito para melhorar a infra-estrutura do país, principalmente os portos.

Serão necessárias mais reformas no setor financeiro e os vastos e abundantes recursos naturais do país podem contribuir para o crescimento se forem melhor explorados.

O setor agrícola do Brasil foi bem no ano passado, com crescimento de 5 por cento. O país é o maior produtor mundial de café, açúcar e suco de laranja e ameaça o primeiro lugar dos Estados Unidos como produtor de soja.

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