N/A

Brasil reconhece na ONU a existência de trabalho escravo

O Brasil entrou para a história das Nações Unidas. O País foi o primeiro a reconhecer em uma reunião oficial da ONU a existência de “formas contemporâneas de escravidão” em seu próprio

território. O reconhecimento ocorreu durante o Comitê para a Eliminação da Discriminaçao Racial, que se reuniu para tratar exclusivamente da situação brasileira e apontar as dificuldades do País em lidar com o problema do racismo. Para os representantes do governo em Genebra, existem “situações análogas à escravidão que atingem 25 mil pessoas”.

Os diplomatas brasileiros, liderados pela ministra Matilde Ribeiro, chefe da Secretaria Especial para o Combate à Discriminação Racional,

garantem que essas pessoas serão liberadas. Segundo o embaixador brasileiro Tadeu Valadares, chefe da divisão de direitos humanos do Itamaraty, 5,4 mil brasileiros que eram vítimas de trabalho escravo em 2003 foram resgatados em ações do governo. Em um comunicado de imprensa divulgado pela ONU, a entidade aponta que o trabalho escravo atingiria principalmente as áreas rurais, onde

os trabalhadores são obrigados a assinar contratos ilegais com seus patrões. “Mais de cem anos se passaram após o fim da escravidão no

Brasil, mas continua a existir o uso do trabalho escravo”, afirmou o comunicado, que lembra que Lula promoteu eliminar o problema até 2006.

Mas o trabalho escravo não foi o único ponto que deixou os membros do comitê da ONU perplexos. Muitos dos peritos insistiam em saber o motivo

pela qual o poder judiciário não atuava de forma mais contundente diante das alegações de racismo. “As leis existem, agora é só colocá-las em prática”, afirmou um deles. A delegação brasileira apresentou à ONU um relatório sobre o problema no País com mais de dois anos de atraso. Mesmo assim, optou por

reconhecer todos as dificuldades em lidar com o racismo, considerado como “estrutural” por Matilde Ribeiro. A representante do governo

ainda afirmou que Plano Plurianual promoverá, entre outras coisas, a inclusão social e reduzirá desigualdade racial.

Diante dos comentários feitos pelo Brasil e diante da avaliação do relatório, os peritos da ONU irão preparar uma série de sugestões ao

governo para que sejam cumpridas nos próximos anos. O documento será divulgado no próximo dia 12, em Genebra, e transmitido diretamente ao

governo.

Compartilhe :

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Prefeitura estuda projeto de ampliação de Cultura e Turismo para Bueno de Andrada

Campanha de coleta de resíduos eletrônicos acontece neste sábado (22)

Campanha de adoção de animais

Alta miopia predispõe à catarata precoce

Ceratocone e a importância do diagnóstico precoce

CATEGORIAS