Biblioterapia? Palestra na Câmara mostra como livros podem ser aliados da saúde mental

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Evento foi organizado pela Escola do Legislativo e faz parte das atividades do Fórum Municipal de Literatura e Imprensa

Você já ouviu falar de biblioterapia? “‘Biblio o quê?’ é o que eu mais escuto”, iniciou Cidinha Pardini, biblioterapeuta, psicanalista, escritora e membro da Academia Araraquarense de Letras, em palestra realizada no Plenário da Câmara Municipal de Araraquara na tarde da quarta-feira (17).

Intitulado “Biblioterapia: um bálsamo de cuidado”, o evento foi organizado pela Escola do Legislativo (EL) e faz parte das atividades do Fórum Municipal de Literatura e Imprensa, estabelecido pela Resolução nº 530/2023, proposta pelas vereadoras Luna Meyer (MDB) e Fabi Virgílio (PT) e pelos vereadores Alcindo Sabino (PT), Carlão do Joia (MDB) e Rafael de Angeli (Republicanos), com o objetivo de debater o estado atual e os desafios da literatura e da imprensa; divulgar a legislação nacional e internacional que protege e regula os direitos autorais e a liberdade de imprensa; incentivar o desenvolvimento cultural através da literatura e a prática do jornalismo ético e responsável; fomentar e divulgar a produção literária de escritores araraquarenses; e combater a desinformação e as fake news.

Presidenta da EL, Luna abriu o evento destacando a importância de apresentar a biblioterapia. “Espero que as pessoas permitam que os livros possam ajudá-las, que se forcem a retomar o hábito da leitura, pois muitas acabam perdendo no dia a dia, na correria.”

Em contato com a biblioterapia desde 2001, Cidinha explicou que o termo foi atribuído no século XX, sendo muito utilizada durante as primeira e segunda guerras mundiais, quando médicos e bibliotecários selecionavam leituras para as pessoas que estavam feridas para que eles pudessem passar pelo momento interagindo. “Assim essas pessoas estavam sempre acompanhadas e cuidadas”, colocou a palestrante citando Mário Quintana. “O livro te traz a dupla delícia de poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.”

“Quando lemos ou quando ouvimos uma letra de música, ouvimos a música, entramos naquele ambiente e esquecemos as nossas dores muitas vezes, as nossas preocupações. Ouvir e contar histórias é uma prática milenar. Desde sempre aconteceu”, destacou. “Com a bilbioterapia, damos espaço para a fala, para que a pessoa dialogue, se identifique com a história que levamos”, completou.

 Para ela, “quando o livro te toca, ele te transforma”. “Quando trabalhamos com a biblioterapia, selecionamos aquele livro para aquela pessoa, como se fosse um medicamento que o médico prescreve para um paciente. Se você errar no medicamento, a pessoa pode morrer. Se ele tomar o remédio na dose errada, também. Mas se ele tomar na dose certa, ele pode curar. Então quem pode trabalhar com a biblioterapia? Todas as pessoas que gostam de livros e de pessoas.”

Cidinha afirmou que a biblioterapia tem conceitos por várias pessoas. “Gosto de usar o conceito da professora Clarice Caldin, mestra da biblioterapia no Brasil. Ela conseguiu implantar na Universidade Federal de Santa Catarina como disciplina optativa no curso de Biblioteconomia.”

Segundo ela, a biblioterapia é composta por catarse (emoções), humor/riso (transforma dor em prazer), identificação, introjeção (de fora para dentro), projeção (de dentro para fora) e introspecção (reflexão).

Encerrando, Cidinha citou o livro “Viva e deixe viver: histórias de quem conta histórias”, de Maria Helena Gouveia. “Através das histórias, nos deparamos com a alegria e a tristeza ao mesmo tempo. Vivemos emoções desencontradas e temos o coração sempre pronto a sentir e explodir com emoções incríveis e inimagináveis.”

A palestra foi transmitida ao vivo pela TV Câmara e pode ser conferida na íntegra aqui.

Sobre o Fórum

O Fórum Municipal de Literatura e Imprensa é um dos fóruns temáticos educativos da Câmara Municipal de Araraquara instituído pela Resolução n° 511, de 9 de agosto de 2023, e deve ser realizado anualmente no mês de abril. Ele pode compreender seminários, encontros, “podcasts”, textos e postagens informativas, cursos, oficinas de escrita, palestras, cine debates, exposições e quaisquer outros eventos que cumpram os objetivos do fórum.

Importante destacar que as despesas decorrentes da execução da resolução correm à conta das dotações orçamentárias próprias da Câmara Municipal de Araraquara, suplementadas se necessário.

(Setor de Imprensa – Câmara Municipal de Araraquara)

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