Aumento de casos de meningite: especialistas tiram 10 dúvidas comuns sobre a doença

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Foto: Divulgação - Dra. Vera Rufeisen, Infectologista -

A infectologista Vera Rufeisen e o neurologista Felipe da Graça, ambos do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), falam sobre sintomas, tratamentos e diferenças entre os tipos da patologia.

Entre janeiro e junho deste ano, a Secretaria de Saúde de São Paulo, registrou 2.303 casos de meningite. Na comparação com o mesmo período de 2022, quando foram confirmadas 1.869 pessoas acometidas pela doença, o aumento foi de 23%. Dentre as cidades, além da capital, com maiores índices, está Campinas, ao lado de São Bernardo do Campo, Santo André (ambas no ABC) e Guarulhos (grande São Paulo).

Nestes primeiros seis meses de 2023 foram registradas 155 mortes em decorrência da doença, cujas maiores incidências estão nos municípios de São Paulo, Guarujá, Guarulhos, Osasco, Ribeirão Preto e Santo André. O índice de óbitos é 32,60% inferior ao do mesmo período de 2022, quanto foram registras 230 mortes.

O cenário merece atenção e, por isso, dois especialistas do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), esclarecem as principais dúvidas sobre a doença: o neurologista Felipe da Graça e a infectologista Vera Rufeisen.

1 – O que é meningite?

“A meningite é uma inflamação das meninges, que são estruturas que protegem e recobrem o cérebro, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central”, descreve o neurologista.

2 – Quantos tipos de meningite diferentes existem?

A infectologista explica que “os dois tipos principais são os virais e os bacterianos, mas também existem aqueles transmitidos por protozoários, fungos, microbactérias, medicamentos, doenças autoimunes, dentre outros”. A letalidade, porém, está ligada às bacterianas.

3 – Quais são as principais diferenças entre elas?

De acordo com a Vera Rufeisen, as meningites virais habitualmente apresentam quadros mais leves, autolimitados, e que não necessitam terapêutica específica, exceto as causadas pelo vírus da herpes, que demandam tratamento diferenciado.

Já as bacterianas meningocócicas (tipo B e C) e pneumocócicas, causadas pelo Haemophylus influenzae, geram quadros mais graves, que requerem imediato diagnóstico e terapia antimicrobia

na apropriada. Por vezes, pode ser fatal ou deixar sequelas, tais como perda da audição e visão, problemas com memória, concentração, coordenação motora, equilíbrio, aprendizado e fala, epilepsia e paralisia cerebral.

4 – Qual é considerada mais frequente?

“O tipo de maior incidência, neste momento epidemiológico, é o Meningococo tipo C, transmitido por contato próximo direto entre as pessoas, a menos de um metro de distância”, alerta Vera.

5 – Quais são os principais sintomas deste tipo de meningite?

“Dor de cabeça intensa, febre, vômito e rigidez de nuca. Podemos ter, ainda, em casos mais graves, sonolência, confusão mental ou convulsões. Manchas vermelhas na pele também são frequentes”, lista Felipe da Graça.

“A febre alta e a dor de cabeça já são motivos suficientes para que a pessoa procure atendimento médico, pois o diagnóstico precoce pode evitar complicações e morte pela doença. Pais, mães e responsáveis por bebês precisam ficar atentos a irritação, falta de apetite e de resposta a estímulos, a moleira protuberante e reflexos anormais”, adiciona.

6 – Como ocorre a transmissão de meningite?

“As virais e bacterianas ocorrem por via aérea, de pessoa para pessoa, por meio de gotículas, secreções do nariz e da garganta. Ou seja, pelo ar. Também pode ocorrer por meio de objetos/alimentos contaminados com patógenos (vírus, bactérias ou parasitas)”, explica o neurologista.

7 – Como é feito o diagnóstico?

“Inclui avaliação médica, coleta do líquor (líquido que envolve o cérebro e a medula) e pode ser necessário exames de imagem como tomografia”, detalha Felipe.

8 – Como a meningite é tratada?

De acordo com o neurologista, o tratamento varia de acordo com o tipo de meningite, desde medicações sintomáticas (usadas apenas para sintomas) e hidratação até necessidade de antivirais e antibióticos.

9 – Por quanto tempo o tratamento deve ser feito?

“O tempo varia. Comumente entre 7 e 14 dias”

10 – Como é possível prevenir?

“A prevenção inclui isolamento de casos suspeitos, etiqueta respiratória e vacinas”, orienta Vera.

Sobre o Vera Cruz Hospital

Há 79 anos, o Vera Cruz Hospital é reconhecido pela qualidade de seus serviços, capacidade tecnológica, equipe de médicos renomados e por oferecer um atendimento humano que valoriza a vida em primeiro lugar. A unidade dispõe de 166 leitos distribuídos em diferentes unidades de internação, em acomodação individual (apartamento) ou coletiva (dois leitos), UTIs e maternidade, e ainda conta com setores de Quimioterapia, Hemodinâmica, Radiologia (incluindo tomografia, ressonância magnética, densitometria óssea, ultrassonografia e raio x), e laboratório com o selo de qualidade Fleury Medicina e Saúde. Em outubro de 2017, a Hospital Care tornou-se parceira do Vera Cruz. Em quase seis anos, a aliança registra importantes avanços na prestação de serviços gerados por investimentos em inovação e tecnologia, tendo, inclusive, ultrapassado a marca de mil cirurgias robóticas, grande diferencial na região e no interior do Brasil. Em médio prazo, o grupo prevê expansão no atendimento com a criação de dois novos prédios erguidos na frente e ao lado do hospital principal, totalizando 17 mil m² de áreas construídas a mais. Há 35 anos, o Vera Cruz criou e mantém a Fundação Roberto Rocha Brito, referência em treinamentos e cursos de saúde na Região Metropolitana de Campinas, tanto para profissionais do setor quanto para leigos, e é uma unidade credenciada da American Heart Association. Em abril de 2021, o Hospital conquistou o Selo de Excelência em Boas Práticas de Segurança para o enfrentamento da Covid-19 pelo Instituto Brasileiro de Excelência em Saúde (IBES) e, em dezembro, foi reacreditado em nível máximo de Excelência em atendimento geral pela Organização Nacional de Acreditação.

(WGO Comunicação)

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