Sarah Coelho Silva (*)
Nossas mãos abençoadas
Quando calejadas são fortalecidas
Agüentam qualquer parada.
Delicadas, finas conhecem o compasso
De uma melodia.
O que seria de uma orquestra
sem estas mãos para reger e
a todos ouvintes emocionar.
Mãos firmes, que Deus concedeu
o Dom de um instrumento tocar
com a sua haste delicada
mas um som eletrizante,
deixando a platéia extasiada.
Mãos que guiam uma criança inocente,
Conduzindo-a para uma vida segura e tranqüila.
O que seria de todos nós
Se nossos deliciosos alimentos não fossem manipulados
Por mãos calejadas de tanto uma massa sovar?
E com as lindas cores em tecidos rubros, verde,
Amarelos, sulferino a encantar os olhos das mocinhas
Para decidir seus vestidos de baile,
sobre os olhares atentos de seus pais.
O que seria se não fossem as mãos que sabem
Com muito esmero com as agulhas lidar?
Mãos que sabem, que um lápis é seu grande aliado
Pois conseguem nesta tranqüila parceria
todos os seus lamentos, alegrias, encantos, sofrimentos
deixarem documentados em papel branco.
Mãos que sabem muito mais expressar
Com facilidade, dividindo na vida com este papel passivo
E disponível todos os seus encantos e desencantos
De toda uma vida quem sabe
Sofrida demais.
(*) É colaboradora do JA e fez essa poesia inspirada nas mãos da Professora Edna Nogueira ao deslizar o bastão em seu violino.