Apoio às exportações

Antonio Delfim Netto (*)

Uma das coisas mais importantes que aconteceram, semana passada, em Brasília e que passou quase despercebida na mídia, foi a reunião do Presidente da República e de seu Ministro do Desenvolvimento com os dirigentes de cerca de quarenta das maiores empresas exportadoras do Brasil. Provavelmente este é o início do trabalho que o Presidente prometeu realizar no sentido de estimular as empresas nacionais e estrangeiras a se empenharem vigorosamente na ampliação do comércio exterior brasileiro.

A importância desse fato é que ele revela uma mudança profunda na atitude oficial em relação ao setor produtivo da economia. Diferentemente do que aconteceu nos últimos oito anos, quando os interesses do setor financeiro se sobrepuseram aos dos setores produtivos, o atual governo oferece o seu prestígio e firme apoio aos homens da fábrica e do comércio exterior. O Presidente prometeu estímulos à produção e pediu a contrapartida de um grande esforço exportador, que terá o apoio dos bancos oficiais.

O fortalecimento do setor é fundamental para que se restabeleça a mentalidade exportadora que já existiu no país e elevou a participação brasileira a 1.5% das exportações mundiais em 1984 (hoje reduzida à metade). Para se libertar do constrangimento externo, que manteve nossa economia patinando na última década, precisamos aumentar de forma importante os saldos comerciais e mantê-los por vários anos, construindo um robusto superávit em contas correntes para alimentar nossas reservas com recursos próprios. Hoje, as reservas são formadas por empréstimos e enquanto isso ocorrer nossa economia continuará extremamente vulnerável, exposta aos humores dos agentes do mercado financeiro internacional.

A firmeza com que o governo Lula vem enfrentando os problemas da economia é tranqüilizadora. O ajuste fiscal que está fazendo pela via de corte das despesas e a política monetária posta em prática (embora ninguém goste de juros altos eles ainda são inevitáveis), já apresentam os primeiros sinais positivos. Indicadores importantes apontam na mesma direção: queda do risco Brasil, menor expectativa de desvalorização cambial e ligeira redução das pressões inflacionárias. E o que é especialmente alentador, pela sua fundamental importância para a solução do problema externo, é a disposição de dar suporte firme e continuado à recuperação de nossas exportações.

(*) E-mail: dep.delfimnetto@camara.gov.br

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