Editorial
Qual o efeito da polarização nacional nas próximas eleições de Araraquara? O grupo governista precisa conquistar a classe média insatisfeita?
A polarização política entre direita e esquerda é sentida em vários países: estamos vivendo em um mundo de extremos e ausência de empatia. A polarização resulta desse contexto… ou seria o contrário?
De qualquer forma, a polarização interessa aos principais grupos envolvidos: tanto o grupo do antigo presidente quanto o do atual. Lula persiste na lembrança constante do antigo mandatário. Estratégia semelhante (ou igual) a que era usado por Bolsonaro em seu mandato. Adjetivos negativos usados por ambos aos montes, como sabemos bem.
Ao contrário de buscar pacificação, os dois estimulam divergência. Por quê? Porque isso solidifica apoios: 30% do eleitorado é bastante expressivo, por exemplo. E, assim, garante-se acesso de seus respectivos partidos a quinhões milionários do fundo partidário e recursos para usarem nas próximas eleições.
Entendamos bem: a polarização é um negócio lucrativo a ambos os grupos políticos.
Eis que chegamos em Araraquara. O grupo de Edinho simplesmente pode dispensar tentar conquistar a maioria do eleitorado, pois não temos segundo turno. Classe média, costumeiramente crítica com descaso na conservação de ruas, praças etc, não precisa embarcar no nave governista, portanto. E Edinho, experiente que é no mundo político, não mudará nada em seu governo.
E a oposição? Desorganizada e fragmentada, não fará frente ao eleitorado já garantido pelo grupo de Edinho. Moral da história: haverá disputa real em Araraquara, apenas se a oposição organizar-se de antemão, lançando apenas um candidato. Teríamos, assim, um turno único, mas com jeito de segundo turno na cidade.
Mas isso tem chances de acontecer? Apostamos que não. É que lançar candidato próprio potencializa bancadas. Sem candidato próprio, isso fica mais difícil.
A conferir o que se dará em 2024. Enquanto isso, claro, um feliz ano novo a todos.
