Mais de 40 anos se passaram e continuamos a lembrar da gestão do saudoso e honrado Rômulo Lupo. Especialmente quando se coloca em xéque a CTA – Companhia Troleibus Araraquara – e o Hotel Morada do Sol. Não tínhamos um bom transporte coletivo, então nasceu a CTA que, após 50 anos, pertencerá ao acervo municipal. Uma jogada de mestre embora, nos últimos tempos, venha sendo palco de lances menores como a indicação do presidente pela santa e única vontade do prefeito.
Araraquara não possuía um hotel que pudesse hospedar executivos, empresários e pessoas vips. Era prejudicial ao seu desenvolvimento. Isso posto, nasceu o Hotel Morada do Sol com diretoria remunerada e que, com o passar do tempo, ficou sem desafios. A construção de prédios modernos, praticamente, deixou a entidade sem metas, sem função maior.
Como ninguém vai remover o bonito e amplo prédio da Avenida Brasil, defronte à Matriz de São Bento, a municipalidade pensa sério e grande ao colocar as suas ações à venda. Uma atitude correta, merecedora de aplauso, um ato jurídico mais que perfeito.
No passado foi tentado algo semelhante, mas, percebeu-se de imediato estar-se mexendo em abelhas. Agora, as condições são excelentes e o dinheiro auferido será destinado ao pagamento dos Pavilhões da Facira. Apenas um detalhe: o prédio do Hotel Municipal (Rua São Bento) e toda a esquina da Avenida Portugal não poderia estar sendo nem objeto de estudos para a sua comercialização. É parte de nossa história que vai embora, no ralo da precipitação e no lixo do modernismo. Não adianta falar em tombamento quando o futuro dono quiser transformar (quem sabe?) o seu interior numa boate dançante, com mulheres executando performances artísticas e sexuais. Daqui a 20 anos, no ritmo das transformações sociais, não podemos dimensionar o que será possível. Mas, o velho, querido e histórico Hotel Municipal não poderia estar sendo canalizado para encontrar fim linearmente ortodoxo, extremamente canhestro.
A história, talvez, punirá os que têm o poder nas mãos: o prefeito Edinho Silva e os nobres 21 senhores vereadores.
