Porque o partido estadual deseja, o Diretório Municipal lança candidato a prefeito de Araraquara. Que extraordinário… como se na prática o nosso país tivesse a tradição do partido forte e definido, que não houvesse o troca-troca tão característico em todos os governos. Aliás, para ilustrar, como se fossem os democratas e republicanos dos Estados Unidos.
Até pela semelhança programática dos partidos, não existe motivação para anúncio bombástico do PSDB indicando Roberto Massafera e Coca Ferraz ou uma desmotivadora “entrevista coletiva” do PMBD para indicar Marcelo Barbieri. Ora, brincadeira tem hora e seria inteligente valorizar (muito) uma “entrevista coletiva”. Normalmente, essa metodologia é adotada para anunciar grande fatos, históricos e com reflexo positivo e imediato à comunidade.
Não é o caso. Depois de uma reunião numa casa de chope (do presidente Orlando Mengatti- Nino), convida-se para uma “coletiva” que demonstra, ainda, falta de respeito ao acordo efetivado entre o próprio Marcelo Barbieri, Coca, Massafera e De Santi. E qual é o fulcro principal desses entendimentos? A disputa pelo poder, o que é plenamente natural. Faz parte de um marketing para ganhar do Edinho Silva que, por sua vez, está bem postado e torcendo para uma divisão das forças oposicionistas. Se no pau-a-pau está difícil vencer, até pela exiquidade de tempo, calcule com declarada divisão de forças…
Seria prudente que os líderes de gabinete, normalmente sem cheiro de povo, isto é, sem a comprovada densidade eleitoral, respeitassem os que passaram pelo vestibular das urnas. Nada de sensibilidade aflorada e, menos ainda, apoteose mental. Não olvidem que os entendimentos para o pleito desse ano desaguam numa candidatura forte, eventualmente unificada e com possibilidade de vitória para deputado estadual. A cadeira, hoje vazia, no Palácio 9 de Julho é devida ao egocentrismo e vaidade desvairada de uma porção de candidatos. Eles se esqueceram de respeitar o colégio eleitoral. Dividiram e ficaram no “quase”: quase eleitos, quase ganharam a honra de representar a região. E Araraquara perdeu o agente que ligaria a região ao governador Geraldo Alckmin. Dimas Ramalho tem tentado, mas, geograficamente tem sido muito difícil. (Leia matéria sobre a douta assessoria governamental, à página 3).
Juízo, calma e caldo de galinha não fazem mal e a região agradece aos que, momentaneamente, exercem uma posição político-partidária e lutam pelos 5 minutos de brilho diante do holofote, na onda do rádio ou nas páginas do jornal. Tudo passa senhores e a história vai cobrar essa coerência política, supostamente anêmica.