A Neta de Oswaldo Cruz

Toda Araraquara e região leu, em nossos jornais, a respeito do monumento erigido na cidade em honra ao Grande Médico Paulista, Dr. Oswaldo Cruz. E todos viram as fotos comprobatórias da presença entre nós da médica neta do homenageado, Dra. Isar Hasselmann Oswaldo Cruz, a qual, como mencionei na semana passada, foi minha colega de turma de Medicina no Rio de Janeiro, na formatura do ano de 1959.

Todos os passos da Dra. Isar em nossa cidade foram milimetrados pela imprensa, mas alguns episódios interessantes aconteceram no paralelo. Minha esposa Cilene e eu atuamos como cicerone dela e computamos tais episódios. Vamos contar aqui alguns deles, sabendo que os leitores irão gostar.

É hábito, em todas as culturas, comemorarmos datas redondas. Pois foi justamente há 100 anos, em 1902, que o Médico Sanitarista Oswaldo Cruz foi indicado pelo Presidente da República, Advogado Francisco de Paula Rodrigues Alves, para ser Diretor do Instituto Manguinhos, no Rio de Janeiro, então batizado como Instituto Oswaldo Cruz, a mais importante instituição de pesquisas médicas do Brasil, hoje elevada à categoria de Fundação, com a sigla FIOCRUZ.

O grande forte de Oswaldo Cruz foi debelar a epidemia de febre amarela do Rio de Janeiro e planejar e dirigir inúmeras campanhas sanitárias nos mesmos moldes, sendo louvado até nossos dias e em todo o mundo como um dos maiores esteios da Saúde Pública.

Nos dias correntes, o Brasil está vivendo uma ameaça de incremento dos casos de DENGUE, que é uma doença "prima" da Febre Amarela, transmitida pelo mesmo mosquito, o já popular "Aedes aegypti".

Pois bem, no mês de março, o Samuel da Farmácia e eu demos uma pausa em nossa briga bíblica e fomos conversar com o Presidente da Câmara, Valderico Jóe, a quem expusemos nosso plano de incrementar a motivação pública na campanha contra a DENGUE, erigindo uma homenagem monumental a Oswaldo Cruz. O Valderico se encantou e fomos os três conversar com o Prefeito Edinho Silva, que também se encantou.

O resultado foi que Nosso Prefeito instituiu o Dia Municipal de Combate à Dengue no dia 5 de abril, semana passada. O monumento já está inaugurado, uma lindeza, localizado na praça onde começa a avenida que leva justamente o nome de Oswaldo Cruz, tendo sido a solenidade abrilhantada pela presença entre nós da médica neta do homenageado, Dra. Isar Hasselmann Oswaldo Cruz.

A Dra. Isar foi hóspede oficial do município e ficou alojada no Hotel Eldorado. Foi incumbência ora do Samuel, ora minha e da Cilene, acompanhá-la nos vários recantos da cidade, buscá-la no aeroporto de Viracopos e saudá-la no mencionado evento.

Vou contar aos leitores três lances pitorescos que, dentre muitos outros, aconteceu durante a visita da doutora, que é, por sinal, muito bem humorada, como demonstrou em seu descontraído discurso de palanque.

Primeiro: O DESEMBARQUE DA DOUTORA EM VIRACOPOS.

A Dra. Isar veio do Rio de Janeiro na ponte-aérea da companhia Rio Sul e foi esperada no aeroporto de Viracopos, em Campinas, pelo Valderico Jóe e pelo Samuel, que não a conheciam. A Cilene e eu não fomos porque tínhamos uma audiência no Fórum local.

Para evitar desencontros, ampliei uma foto dela e dei pro Samuel levar. Com a foto na mão, apoiado na grade do salão ele reconheceu a visitante e, entusiasmado, abanou a mão prá ela. Ela ficou com medo de responder o sinal. Na emoção, o Samuel pulou a grade proibida e correu pro lado dela. Eu deveria ter enviado uma foto do Samuel prá ela, mas esqueci tal requinte. Sem conhecê-lo, ela pensou em fugir de medo que pudesse ser um seqüestro e somente não fugiu porque o Samuel chamou-a pelo nome dizendo: "Doutora Isar, eu sou o Samuel, amigo do Guaracy!…"

Segundo: A LEMBRANÇA DEIXADA PRO VALDERICO.

No sábado, a Dra. Isar regressou, sendo levada ao aeroporto no carro da prefeitura. O Samuel, a Cilene e eu fomos lá na porta do hotel para nos despedirmos dela. O Valderico teve um outro compromisso e não compareceu. A Doutora estava ansiosa pela presença dele para as despedidas e eu tratei de salvar a situação. Furtei discretamente um pedregulho branco grande de um enorme vaso decorativo do hotel e entreguei-o a ela, emprestando-lhe uma caneta vermelha porosa que sempre levo comigo. Na pedra, ela escreveu uma pequena mensagem dedicada ao Nobre Vereador. Servi de mensageiro, dei a pedra ao Valderico e ele, emocionado, colocou-a como ornamento na escrivaninha dele da Câmara.

Terceiro: UMA QUESTÃO DE CRUZ.

Após a solenidade de inauguração do monumento dedicado ao Grande Médico Oswaldo Cruz, que ocorreu na sexta-feira dia 5, às 17 horas, levei a ilustre neta dele e nossa visitante, Dra. Isar, para assistir a inauguração da nova sede da CAASP, em frente do Fórum.

Chegamos lá em torno das 19:15 horas e nos acomodamos, em pé mesmo, sob o coberto ao lado da piscina: a Dra. Isar, a Cilene e eu. Cada colega ou amigo que passava para cumprimentar-nos, eu tratava de apresentar a visitante como neta de Oswaldo Cruz.

Lá pelas tantas, passou por mim um colega da cidade de Ibitinga, a quem também fiz a apresentação: "Oi, colega, prazer em revê-lo, esta é a Doutora Isar Hasselmann Oswaldo Cruz, neta do famoso Oswaldo Cruz e minha colega de turma de Medicina." Ele a cumprimentou e seguiu seu caminho.

Um pouco atrás dele, vinha passando uma jovem senhora que não conheço. Tendo ouvido minha apresentação, ela foi diretamente à Dra. Isar, cumprimentou-a e disse: "Puxa, você é neta do Osvaldo Cruz! Quero dar os parabéns a você e ao seu avô; eu viajei ontem no ônibus ômega bus da Empresa Cruz e achei espetacular !…"

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