A mulher manda no homem?

A finalidade do artigo não é buscar fatos sociológicos que possam explicar a disputa do homem e da mulher por um lugar ao sol. E muito menos defender a lei do retorno, considerando o machismo que, por longo tempo, predominou. Visa, apenas, pontuar que a televisão brasileira tem sido o canal para estimular o desrespeito entre eles. Uma barreira tola que, de repente, pode prosperar em ofensas desnecessárias. Para que disputar se ambos podem somar e realizar bem mais e melhor?

O programa “Os Normais” anuncia que o homem merece castigo, chicote. No “Programa do Jô”, numa piada desgastada, o homem serve para matar barata, trocar lâmpada e, com a ajuda do auditório, o auto-proclamado Gordo arrola outra serventia: carregar mala. O apresentador conclui, com ar de quem descobriu a vacina contra a pneumonia asiática: sexo nem pensar, né?

Por ironia ou simplesmente piada para fazer rir notadamente os focalizados pela câmera, tais senhores e senhoras prestam um desserviço ao fortalecimento dos gêneros, seres humanos que têm papel a cumprir na sociedade.

Por isso, a governadora Rosinha merece respeito por ter chamado o ex-governador e seu marido Garotinho para ajudá-la a administrar o bonito e castigado Rio de Janeiro, na Secretaria da Segurança.

“Neste momento de real dificuldade, chamo para o nosso governo o que tenho de mais caro: o meu marido”.

Não se pode negar, no entanto, que algumas mulheres em funções de mando chegam a maltratar o homem, hierarquicamente inferior.

Quando da indispensável reviravolta das mulheres, algumas peças íntimas foram incendiadas em praça pública. Outras manifestações de gênero foram testemunhadas e deu no respeito que, hoje, ampara homem e mulher na construção de um mundo melhor.

Por isso, ao desqualificar a relação de parceiros onde deve pontificar o respeito aos talentos de cada um, independentemente de gênero, certos programas populares alimentam a vontade de dar o troco ao machismo que homens inteligentes também abominam. A luta de gênero está fora de moda e quem procura guarida num fictício antagonismo mostra que de graça não tem nada.

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