Os três esportistas que aceitaram dirigir a agremiação que deu tantas emoções à região de Araraquara (Malara, Cardoso e Parelli), nesta semana, sentaram-se de novo no banco dos réus. Desta feita, diante da Polícia Federal que investiga denúncia formulada pelo INSS de que a diretoria afeana teria ficado com o dinheiro “descontado” dos trabalhadores. Um fato gerador sem má-fé e muito menos dolo porque simplesmente não existiu, segundo informações colhidas. E não existiu, por absoluta falta de grana, isto é, não foi feito o pagamento dos salários aos trabalhadores. Portanto, descontar percentagem de nada é nada e, assim, sem tipificação de ilícito penal. Dá para se falar de apropriação indébita? Logicamente, não. Pela ótica da matemática seria um conjunto vazio, sem nenhum elemento.
A denúncia, no entanto, tem que ser investigada e, por isso, os aludidos esportistas que comeram o pão que o diabo amassou, na tentativa de administrar a escassez, estão sofrendo o vexame.
Ainda na semana passada Malara, Cardoso e Parelli foram ouvidos na Justiça Federal e, pela EPTV, até o ex-prefeito De Santi apareceu para, como testemunha, aduzir que Malara e seus companheiros tiveram que descascar um abacaxi e sofrem esse constrangimento porque não havia dinheiro em caixa. Aliás, por isso a Ferroviária se transforma em empresa e só não descarrilou até então pelo trabalho, esforço e amor demonstrados pelo prefeito Edinho Silva.
Os milhares de simpatizantes da Associação Ferroviária de Esportes, de grandes e históricas jornadas, sentem-se réus. Isso, evidentemente, não elimina o mal-estar dos que estão sendo investigados, mas, é um lenitivo.
A esperança é de que, num futuro próximo, possamos todos (juízes, promotores, advogados, agentes políticos, padres, jornalistas, pastores, polícia, professores e todos os demais trabalhadores-esportistas) aplaudir e vibrar com a gloriosa Ferroviária, fruto de uma empresa moderna e eficiente que gera tranqüilidade aos dirigentes e mantém jogadores sérios para oferecer bom espetáculo e dar alegria aos milhares de afeanos.
A Ferroviária há de voltar aos trilhos e poderemos todos vestir a sua camisa. Malara, Cardoso e Parelli, também torcedores, verão que o pesadelo restará acabado. A Ferroviária é nossa, da região de Araraquara, uma fonte geradora de bons e inolvidáveis momentos.