A gente ama o que conhece. Existem políticos em Araraquara sem raiz e, portanto profissionais atuando com indiscutível capacidade e argúcia achando-se no direito de lutar, com a faca entre os dentes, por um salário cada vez maior, mais significativo, que possa oferecer condições de uma boa vida. Sim, trata-se de um direito. Mas, numa direção que se contrapõe ao nosso jeito simples de viver a democracia. O vereador, como tem lembrado o líder carismático Mário Joel Malara, não ganhava nenhum real (cruzeiro à época) para exercer a função dignificante na década de 70. Poderia se pensar numa ajuda de custo, mas, salário de R$ 8 mil todo santo mês é um pontapé nos valores da comunidade que, afinal, começa a se movimentar contra o aumento de salário e de cadeiras. A política começa em cada município e, portanto, essa característica deve ser levada em conta. Pouco importa que legalmente o vereador possa ganhar até 50% do salário de um deputado. Em Araraquara isso contraria a expectativa e a experiência vivida. Salário maior, como ficou assentado, é um direito. No entanto, dos que têm a política como profissão. Interessa ao nosso povo um político por vocação, que tenha amor à cidade e sua gente. Esta cidade que ostenta o sol da amizade e da compreensão não pretende jogar no lixo a tradição de escolher agentes políticos comprometidos com a sua história. Não interessa o político profissional, que trabalha pensando no salário. A nossa população começa a se expressar pela priorização da vocação e que o escolhido tenha uma profissão para cuidar de si e de sua família.
Uma comissão de transparência, existe até no pequeno vizinho Ribeirão Bonito, bem que poderia atuar nesta cidade. Por que Araraquara não constitui o seu Conselho da Comunidade para discutir e apresentar sugestões para nesse valioso ramo social? OAB e ACI de várias cidades lideram a grande virada. Em nossa terra, tais entidades presididas por pessoas que não obtiveram sucesso nas urnas (justamente aspirando uma cadeira de vereador) não deveriam se omitir. O fato pessoal não deveria ser barreira para ação de entidades ligadas à cidadania. Aliás, no caso, a presidência dos advogados e empresários do comércio e indústria está entregue a dois cidadãos que se encaixam no político por vocação. Ambos têm profissão e não precisam da política para viver. Então senhores marquem a posição nessas entidades históricas e vamos fortalecer o cordão dos que desejam política por vocação. O povo, sofredor na maior parte da história municipalista, certamente vai agradecer. E a história saberá registrar o brilho dos que ajudaram a fazer justiça.