Sarah Coelho (*)
Os escritores são bem resolvidos. Eles têm a oportunidade de tudo o que pensam, sentem, transmitem com a maior facilidade para um passivo papel.
E em segundos, como magia, sentir um alívio, desabafar e tranqüilamente continuar respirando em paz, pois o papel é o seu maior aliado.
Este segredo, de transmitir suas mágoas, ressentimentos, indignações, é uma espécie de cura interior.
Espertas são as pessoas que quando escrevem sobre os seus preciosos momentos, os guardam como se fossem uma jóia preciosa, um documento. Isso porque a nossa mente é uma mina de brilhantes idéias.
As vezes encontramos soluções fantásticas para nossos dilemas, para sobrevivermos e encontrarmos um caminho para melhorar nosso dia-a-dia, e ser simplesmente feliz.
E o melhor ainda, depois de muitos e muitos anos recordar, passando horas relendo pequenos ou simples bilhetes, cartas profundas, imensas, falando de amor.
Com certeza irá desfrutar de momentos agradáveis e de grandes emoções.
Um dia uma jovem me disse: “Sarah, me ensina a escrever um livro”.
Fiquei lisonjeada é evidente, mas logo fui explicando.
Escrever é muito mais fácil do que podemos imaginar.
Somente teria que deixar sua mão escrever o que sentia o seu coração.
Então tudo iria começar a ser importante, os pequenos detalhes ganhariam mais ênfase e os casos banais se tornariam significativos.
A garota, muito timidamente, foi também me contando.
Escrevo desde menina, mas tenho tudo bem escondido porque tenho vergonha de mostrar para as outras pessoas os poemas que escrevo.
Fiquei admirada, todos nós sabemos que por falta de uma simples oportunidade, muitos escritores ficaram nesta vida no anonimato, e deixaram de passar para outras os valores, sentimentos profundos e bonitos demais.
(Ofereço este texto à Angélica Bombarda que me incentivou a escrever).
(*) É colaboradora do JA.