A Cultura em Diálogo

Profª Teresinha Bellote Chaman

Bom dia. O CELP CENTRO DE ESTUDOS DA LÍNGUA PORTUGUESA – está sempre às suas ordens – celp@terra.com.br

"É impossível ao homem procurar quer o que sabe, quer o que não sabe. Por um lado, o que sabe não o procurará porque já o sabe, e portanto nenhuma necessidade tem de o procurar; por outro lado, também não procurará o que não sabe, pois igualmente não sabe o que deve procurar".

Língua / Frase / Oração / Gramaticalidade / Inteligibilidade

a) – Língua: código de que se serve o homem para elaborar mensagens, para se comunicar:

– língua funcional de modalidade culta, língua culta ou língua padrão;

– língua funcional de modalidade popular, língua popular ou língua cotidiana.

b) – Norma Culta: forma lingüística que todo povo civilizado possui, é a que assegura a unidade da língua nacional. É justamente em nome dessa unidade, tão importante do ponto de vista político-cultural, que é ensinada nas escolas e difundida nas gramáticas.

c) – Conceito de erro em língua: em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos casos de ortografia. O que normalmente se comete são transgressões da norma culta.

d) Momento do Discurso:

Íntimo = Eu não vi ela hoje.

Neutro = Eu não a vi hoje.

Solene = o da arte poética

Importante: perceber que o nível de linguagem, a norma lingüística, deve variar de acordo com a situação em que se desenvolve o discurso.

e) – Gíria: só admitida na língua falada.

f) – Frase: todo enunciado suficiente por si mesmo, para estabelecer comunicação. Ex.: Há muito tempo que não chove.

g) – Oração: às vezes é sinônimo de frase ou de período (simples), quando encerra um pensamento completo e vem limitada por ponto final, ponto de interrogação, de exclamação e, em certos casos, por reticências.

Exs.: Um vulto aparece na escuridão.

Virgínia se encolheu.

É Vasco.

Obs.: Nem sempre oração (= proposição) é frase.

Convém / que te apresses.

2 orações 1 frase

h) – Gramaticalidade/ inteligibilidade:

"Cada qual é livre para dizer o que quer, mas sob a condição de ser compreendido por aquele a quem se dirija. A linguagem é comunicação, e nada é comunicado se o discurso não é compreendido. Toda mensagem deve ser inteligível".

(Jean Cohen)

Não basta que a frase seja gramatical para ser inteligível. Importa ainda que ela preencha outras condições:

h1) – exclua duplicidade de informação:

O ciúme da mulher levou-o ao suicídio.

h2) – exclua tautologias nulificadoras do significado:

Os oculistas são mais competentes que os oftalmologistas.

h3) – exclua incongruências semânticas:

– contradição lógica literal: "os quadrúpedes são bípedes".

– impropriedade ou ausência de partículas ou locuções de transição entre os segmentos de uma frase: "a paz mundial tem estado constantemente ameaçada, *posto que a humanidade se vê dividida por ideologias antagônicas".

* não é porque, visto que

* é embora, se bem que

omissão de idéias de transição lógica: "O progresso tecnológico apresenta também seu lado negativo: a incidência de doenças das vias respiratórias torna-se cada vez maior em cidades como Tóquio, Nova York, São Paulo".

Obs.: omissão de referência à poluição do meio ambiente.

subversão na ordem das idéias: "Apesar dos conflitos ideológicos, raciais e religiosos que marcam inconfundivelmente as relações entre os indivíduos nos dias de hoje, é extraordinário o progresso alcançado pelos meios de comunicação".

Diga-se: Apesar do extraordinário progresso dos meios de comunicação, as relações entre os indivíduos se caracterizam por conflitos ideológicos, raciais e religiosos.

h4) – revele conformidade com a experiência geral de uma dada comunidade cultural: "O sol é gélido".

h5) – Constitua um enunciado que, no plano denotativo, encerre um mínimo de probabilidade: "A águia conhece a mecânica dos corpos".

h6) – Seja estruturada de tal forma, que não exija a remanipulação dos seus componentes, para se tornar inteligível: "Creio já lhe disse que a ação de despejo que o advogado que o proprietário do apartamento que eu desconheço mandou me procurar me disse que me vai mover é uma causa perdida".

Obs.: Frase caótica, confusa.

Agora, divirta-se um pouco.

Qual a pronúncia certa:

1 – Cabeleireiro a ( ) Cabelereiro b ( )

2 – Largatixa a ( ) Lagartixa b ( )

3 – Manteigueira a ( ) Mantegueira b ( )

4 – Mortandela a ( ) Mortadela b ( )

5 – Mendingo a( ) Mendigo b ( )

6 – Disenteria a( ) Desenteria b ( )

Quarta-feira, 12/06, a convite da UNIARA, o publicitário Carlos Alberto Chaman, executivo de negócios do SBT para Araraquara e região, proferiu palestra sobre MÍDIA a um seleto auditório. Foi brilhante, segundo os assistentes.

No próximo domingo, convido-o a estar novamente conosco: A Cultura em diálogo. Veja também se você acertou o "Agora, divirta-se um pouco".

"Conversa com aqueles que possam fazer-te melhor do que és". (Sêneca)

Manifeste-se.

Mande seu e-mail – celp@terra.com.br

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