A Cultura em Diálogo

“Penso 99 vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho no silêncio, e eis que a verdade se revela!”

Bom dia. Algumas coisas extravagantes estão acontecendo em nosso país. O que será que está havendo? Um show do grupo Rolling Stones reúne mais de 1 milhão de pessoas na praia de Copacabana. Enquanto isso, o nosso Rei Roberto Carlos faz um show para 2.500 pessoas, trancado em um transatlântico. O U2 leva mais de 150 mil pessoas ao Morumbi. Quando jogam Corinthians e Palmeiras não chega a 70 mil. Os valores em nosso país parecem estar invertidos. Dizia-se, antigamente, que os brasileiros só gostavam do que vinha de fora. Acho que essa mania ainda não terminou.

Outra coisa que nos chama atenção é que o nosso Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, resolveu começar a trabalhar de verdade. Pelo menos, ano de eleição serve para alguma coisa. Não é à toa que ele já se encontra na frente, nas pesquisas de intenção de voto, para as próximas eleições. E esse é o perigo.

Bem, vamos falar de coisas mais importantes: não é sem mérito que a escola E.E. “Pedro José Neto” sempre aparece, com destaque, no meio educacional de nossa cidade. Trata-se de uma entidade de ensino preocupada com a formação de seus alunos.

Aos 17 de fevereiro, realizou-se na E.E. “Pedro José Neto”, às 16 horas, a 1ª reunião de Pais e Mestres, objetivando atender ao rito de passagem, que aponta para possíveis dificuldades atinentes aos alunos das 5ªs séries.

A pauta da reunião constou de 17 itens, que visam à observância das normas de convivência para o ano letivo de 2006. Um dos objetivos perseguidos pela direção, coordenação e corpo docente, sintetizados na pessoa do Sr. Diretor Ademir Gerson do Prado, é preparar a família para os desafios do século XXI.

A reflexão do texto: Escola, Pais e Filhos: os desafios dos novos tempos, de Abel Sidney, tornou-se um ponto alto da reunião de pais e mestres, buscando a visibilidade da tríade: família, escola, mercado de trabalho. Salas lotadas, de pais e/ou responsáveis pelos alunos das 5ªs séries, denotaram o interesse e a expectativa pelo andamento dos trabalhos, numa instituição em que o corpo docente, direção e coordenação trabalham com dedicação, consciência e espírito humanizador.

Leiam e reflitam sobre a pertinência da afirmação de Tedesco, no texto que segue:

Escola, Pais e Filhos: os desafios dos novos tempos. (Abel Sidney)

Segundo o educador argentino Juan Carlos Tedesco, na obra “O novo pacto educativo”, a família, primeira instituição socializadora, não está cumprindo o seu papel, que é o de fazer as crianças assimilarem as regras e os valores básicos, necessários à convivência social. Resumindo, elas não têm aprendido a “se comportar” e a ter “bons hábitos”, a “respeitar o direito dos irmãos e colegas”, etc. Nas últimas décadas, no mundo todo, a família vem perdendo sua capacidade de oferecer essa socialização primária, em muitos casos pela ausência da figura paterna, ou porque a imagem paterna muda duas ou três vezes ao longo da infância. Além disso, a criança hoje se incorpora cada vez mais cedo a instituições diferentes da família, como pré-escolas e creches, ou mesmo alguém que cuida dela para que a mãe trabalhe. Esses adultos são menos importantes que os pais, do ponto de vista afetivo. Por isso, a primeira socialização está se realizando sem tanta carga afetiva como no passado. Não se pode simplesmente transmitir conhecimentos, se a socialização primária, imbuída de valores e afetos importantes não está completa. Isso tem reflexos no desempenho dos professores e no próprio desenho da instituição escolar. A nova escola, que surge a partir de então, passa a incorporar também o papel da família, cabendo à escola, que ele denominou de total, inclusive “a tarefa de formação da personalidade”. No entanto, é no espaço de convivência familiar que vai se forjar a citada “socialização primária” com seus valores, regras e a necessária carga afetiva, muito importante para a capacidade de aprendizado das crianças. Atualmente, o próprio mercado de trabalho aponta um dos fatores determinantes no perfil de um bom profissional: um bom quociente emocional que evidentemente não nasce apenas dos exercícios de raciocínio e da memória, não se aprende, enfim, nos bancos escolares, mas, principalmente, nas esferas de relações familiares, onde se inclui a convivência entre pais e filhos. Devemos nos sentir alerta para as nossas responsabilidades diante dos filhos, para que estes, como nossas cartas vivas, possam dar um dia o melhor testemunho ao mundo do que puderam aprender conosco. Diante do tempo sempre escasso para uma “vida familiar”, segundo os moldes antigos, a qualidade do tempo que dedicarmos aos nossos é que poderá marcá-los definitivamente. Para tanto, é preciso redefinir nossa escala de valores e responder à simples, porém difícil questão: o que tem sido mais importante em nossas vidas?

Objetivando oferecer maior aproveitamento da leitura, os senhores professores, articuladores da reunião, “desmancharam” o texto, fazendo surgir a tríade: Família/Escola/Mercado de Trabalho. Abriu-se, assim, o diálogo com os pais.

Em síntese: reflitamos sobre a tríade apontada pelo texto:

Família: responsabilidade = socialização primária.

Escola Total: tarefa de formação da personalidade.

Mas: e a lacuna afetiva apontada?

Mercado de trabalho: requer bom profissional e bom quociente emocional.

Reflexão: Se a união faz a força, necessário se faz envidarmos esforços para a concretização da tríade (família, escola e mercado de trabalho), em benefício de nossos filhos, de nossos alunos e dos futuros profissionais.

Ao final, os pais foram recepcionados, carinhosamente, com um lanche.

Parabéns à instituição, na pessoa de seu diretor Ademir Gerson do Prado, já que o papel da escola é acolher a todos, em clima de confiança.

Fico feliz em ser educadora na E.E. “Pedro José Neto”, escola que é exemplo em nossa cidade.

Desejando fazer contato celp@terra.com.br

“É preciso ir, não lá onde achamos melhor, mas lá onde os homens mais precisam de nós”.

Até a próxima semana.

Profª Terezinha Bellote Chaman

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